Skip to main content

Por Lídice da Mata, deputada federal PSB-BA, vice-líder da Minoria na Câmara e vice-líder do PSB.

Na segunda-feira (2/9), o Datafolha divulgou novos números da avaliação do governo Bolsonaro. Passada a euforia dos simpatizantes e eleitores desavisados com o resultado das urnas, em apenas nove meses de governo o Presidente mostrou o que parte da imprensa escondera durante o embate eleitoral: Jair Bolsonaro não tem nenhuma condição de governar o País.

Neste período em que está à frente do comando da Nação, ele protagonizou gafes diplomáticas, desrespeitou instituições, indicou o filho para a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos e dificultou as investigações do COAF sobre seu outro filho.

Também se indispôs com a ala militar do seu governo, demitindo o general Santos Cruz de forma torpe; reafirmou apoio à tortura – em episódio lamentável com o presidente da OAB; e promoveu ataques aos nordestinos, além de incentivar a degradação ambiental e editar decretos que favorecem a censura nas artes, no cinema.

Ah, e mais: impõe dificuldades à aposentadoria dos mais pobres – com a aprovação da reforma Previdenciária e desidrata a educação com cortes e mais cortes no orçamento da Pasta. Ontem (2/9) foi anunciado pelo MEC mais um corte, de metade do orçamento da Capes.

Enfim, não faltam motivos para se opor a este governo obscurantista e de atrasos generalizados. Os números divulgados pela Folha de S. Paulo não me causam surpresa, pois revelam um sinal de arrependimento em grande parcela da população que embarcou na ideia do setor produtivo de que Bolsonaro faria bem aos mercados.

O índice de sua reprovação – com os que o acham “ruim ou péssimo” – subiu de 33% para 38%. Já a taxa dos que o consideram “bom ou ótimo” despencou de 33% para 29%. E, neste universo, quero destacar onde estão situados aqueles que reprovam essa tragédia nacional que é o governo Bolsonaro: entre as mulheres, os negros, os desempregados, os nordestinos e, acreditem, em pessoas com renda superior a 10 salários mínimos. Todo esse conjunto de fatores faz de Bolsonaro o presidente mais mal avaliado em início de governo em toda a história da redemocratização do País.


Leave a Reply