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Foi lançada na quinta-feira (15/8) a Frente Parlamentar Feminista Antirracista com Participação Popular, que será coordenada pela deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) e coordenada também por outras cinco deputadas: Erika Kokay (PT-DF), Lídice da Mata (PSB-BA), Alice Portugal (PCdoB-BA), Tereza Nelma (PSDB-AL) e Joênia Wapichana (Rede-RR).

Durante o lançamento, Erika Kokay destacou que esta é a primeira frente criada sobre essa temática. “Decidimos criar essa frente pela primeira vez porque todos os dias lutamos para ter poder sobre nossos corpos, posto que não são objetos”, Para a deputada Talíria Petrone, a iniciativa é histórica: “Precisamos admitir que isso é histórico. Instalar esta frente, neste Congresso, nesta conjuntura, neste tempo, é histórico”.

Lídice da Mata lembra o quanto o feminicidio ainda prevalece sobre as mulheres negras: “Levantamento divulgado pelo Atlas da Violência de 2019, aponta que quase 5 mil brasileiras foram mortas em 2017, o maior registro em dez anos. E a taxa de assassinato de mulheres negras cresceu quase 30%, enquanto a de mulheres não negras subiu 4,5%”.

Presente ao lançamento, a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), disse confiar nas novas gerações para levar seus ideais adiante. “O  sonho que me alimenta durante minha vida toda, não envelhece, não morre. Meu sonho continua nas diferentes gerações que me seguem: sonho de humanidade justa, fraterna, onde as diferenças em vez de dividir enriquecem”, afirmou.

A Frente é composta por movimentos de mulheres e deputadas federais de diferentes partidos, que refletem a pluralidade e a diversidade das mulheres brasileiras – negras, jovens, com deficiência, periféricas, indígenas, brancas, rurais, do campo, florestas e águas. 

O lançamento ocorreu em uma semana importante, que teve a Marcha das Mulheres Indígenas e a Marcha das Margaridas, ambas em Brasília. A proposta é a Frente atue em temas como trabalho digno em condições de existência; enfrentamento ao racismo e ao patriarcado; enfrentamento à violência contra a mulher; justiça reprodutiva e direitos sexuais e reprodutivos; defesa dos territórios de indígenas e quilombolas; e defesa da laicidade.

A Frente também visa fortalecer a atuação das deputadas, que em seus diferentes campos de atuação mantém-se firmes no compromisso democrático e na luta pela igualdade. Ainda durante o lançamento, a nova presidente da Frente, deputada Talíria Petrone (PSOL/RJ), reafirmou a necessidade de uma frente como essa 17 meses após o assassinato da vareadora Marielle Franco.”Uma Frente Feminista Antirracista, sem o ‘e’, porque não há feminismo sem antirracismo”, afirmou.

Segundo Schuma Schumaher, da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), a expectativa é de que a Frente atue articulada no âmbito federal e que a iniciativa se repita nos estados, com as parlamentares estaduais feministas e os movimentos de mulheres comprometidas com uma agenda de direitos.

Com informações da Agência Câmara e do Portal CFEMEA – Centro Feminista de Estudos e Assessoria.

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