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A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) confirmou em entrevista na manhã de quarta-feira (27/11) à Rádio Metrópole que a ministra Eliana Calmon irá se filiar ao PSB tão logo conclua o processo de aposentadoria já protocolado junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Estamos fechando esta agenda do governador Eduardo Campos para que, juntamente com a ex-ministra Marina Silva, ele possa vir a Salvador para a cerimônia de filiação da Dra. Eliana Calmon, o que, esperamos, possa ocorrer entre os dias 18 e 20 de dezembro”, disse.

 

“Acredito que a presença numa chapa de mulheres de alguém como Eliana Calmon, alguém que não é da política tradicional, que nunca exerceu cargo político, e que é uma figura pública muito corajosa, é mais uma simbologia que se agrega ao nosso fazer político”, destacou Lídice, apresentada por Mario Kertész como primeira prefeita de Salvador, primeira senadora da Bahia e, quem sabe, futura primeira governadora do Estado.

 

Eliana Calmon deverá compor a chapa do PSB como candidata ao Senado, uma parceria que levou Lídice a comparar as eleições de 2014 com as de 1990, quando compôs com Salete e Beth Wagner a chapa feminina que ficou conhecida como “As Três Marias”.  A senadora reconheceu que não há mais possibilidade de ser escolhida como candidata do governador Jaques Wagner ao governo do Estado, como chegou a aventar antes da saída do PSB do governo Dilma, mas que se engana quem pensa que vai ter como principal palco da sua campanha a crítica ao governo.

 

“Não posso participar de um governo por sete anos e depois sair batendo como se nunca ali tivesse estado. Eu tenho que partilhar do bônus desse governo, do qual o meu partido é aliado de primeira hora. Eu me elegi senadora nesse campo e não posso dizer aos que votaram em mim ontem que discordo de tudo o que foi feito. Mas posso me colocar como alguém que tem propostas e opiniões sobre o governo da Bahia diferentes das do governo”, pontuou.

 

Lídice contrapôs o discurso hegemônico de polarização da disputa eleitoral entre os dois principais campos políticos do País – liderados por PT e PSDB – ao que chamou de uma tendência natural no Brasil de pluralidade partidária. Defendeu a alternância de poder e criticou as alianças de largo espectro. “Não é porque o PT é o maior partido e tem a Presidente da República e o governador que tem que ser o líder da frente política e do projeto político que estabelecemos na Bahia. Eu acho que um projeto político para ser perene e para constituir um processo de agregação e de representação simbólica daquilo que o eleitor escolheu tem que abrir espaço dentro da própria frente, e também tem que ter limite, ele não tem que ser um projeto de unanimidade, ele tem que representar valores. Nós temos que atuar na política sabendo que a política tem um caráter pedagógico, que aquilo o que fazemos e dizemos é apreendido pela população como verdadeiro. Então temos que corresponder a isso”, destacou.

 

Para Lídice, a votação em dois turnos possibilita aos partidos políticos apresentarem-se com seu próprio discurso no primeiro turno, para depois lançarem uma composição de forças dos que pensam mais assemelhadamente. “A engenharia política foi modificada e dá espaço para novas composições. As ruas demonstram isso, mas não só as ruas, a vontade popular expressa em muitos momentos, as pessoas ficam cansadas de cenários que ficam estanques e se contrapondo um ao outro sem oferecer alternativas de novos tons políticos”, analisou.

 

“A Bahia se modernizou e o governo de Wagner contribuiu com isso, mas ele não representa todas as possibilidades de modernização da política baiana. Há espaço para novos caminhos e nós queremos provar isso”, finalizou.

Assessoria de Imprensa, 27/11/2013

 

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