“Agradeço ao atual presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara, deputado federal Glauber Braga (PSB-RJ), pelo convite para participar do lançamento da obra que resgata o pensamento de um dos maiores intelectuais de nosso tempo. Milton Santos inspirou a criação dos territórios de identidade, foi o humanista que criticou ferozmente o modelo de globalização vigente e declarou o consumismo como o maior dos fundamentalismos”, declarou a senadora.
Lídice destacou a importância de conhecer e difundir mais o pensamento desse baiano de Brotas de Macaúbas, que deixou uma obra singular e incomparável, que hoje é referência em todo o mundo. “Não seria exagero dizer que ele fundou uma nova geografia, reescrevendo os fundamentos dessa disciplina e ensinando uma nova forma de olhar e compreender o mundo”.
Do seminário, e dos registros da publicação, constam depoimentos do biógrafo autorizado de Milton Santos, o professor Fernando Conceição, da Universidade Federal da Bahia (UFBA); de Márcia Genésia Sant´Anna, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN); e dos professores Aldo Aloísio Dantas, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); Marília Luiza Peluso e Rafael Sânzio Araújo dos Santos, ambos da Universidade de Brasília; e também de Zulu Araújo, da Fundação Cultural Palmares, e Sônia Carneiro, representante do governo do Estado da Bahia.
A senadora destacou ainda a luta de Milton Santos por um mundo e um Brasil melhor, perseguido que foi, em função de suas atividades políticas, pelos órgãos de repressão da ditadura militar. “Negro, nascido no interior da Bahia, Milton Santos nunca se deixou abater pelo racismo, pelo preconceito social e muito menos se fez prisioneiro do rancor ou do ressentimento, apesar das imensas dificuldades que enfrentou ao longo dos seus 75 anos de vida.”
Também presente ao lançamento, a deputada federal baiana Alice Portugal disse que o lançamento da publicação é um momento singelo, mas importante, por exaltar simbolicamente a importância da educação e da democracia no ano em que se completa meio século do Golpe Militar. “Milton Santos foi o geógrafo do respeito. Compreendeu como ninguém o povo negro, o significado do preconceito e da intolerância”.