<\/a>As regi\u00f5es mais pobres do Pa\u00eds s\u00e3o tamb\u00e9m aquelas que apresentam a maior concentra\u00e7\u00e3o de rotas de tr\u00e1fico de pessoas. A Regi\u00e3o Norte mostra a maior concentra\u00e7\u00e3o dessas rotas (76), seguida pelo Nordeste (69). A seguir, aparecem as regi\u00f5es Sudeste (35), Centro-oeste (33) e Sul (28). As informa\u00e7\u00f5es constam de Pesquisa sobre Tr\u00e1fico de Mulheres, Crian\u00e7as e Adolescentes para Fins de Explora\u00e7\u00e3o Sexual Comercial no Brasil, do Comit\u00ea de Enfrentamento ao Tr\u00e1fico de Pessoas das Na\u00e7\u00f5es Unidas e foram citadas pelo presidente da Funda\u00e7\u00e3o Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos, H\u00e9lio Bicudo. Ele participou nesta quarta-feira (27\/6) de reuni\u00e3o da Comiss\u00e3o Parlamentar de Inqu\u00e9rito (CPI) do Senado que investiga o tr\u00e1fico nacional e internacional de pessoas no Brasil.<\/p>\n

A pesquisa identificou um total de 241 rotas de tr\u00e1fico. H\u00e1 110 rotas relacionadas com o tr\u00e1fico interno (intermunicipal e interestadual), 93 delas envolvendo principalmente adolescentes. No tr\u00e1fico internacional, foram registradas 131 rotas, 120 delas envolvendo exclusivamente mulheres. “Isto significa que as rotas dirigidas a outros pa\u00edses visam, sobretudo o tr\u00e1fico de mulheres adultas. J\u00e1 as rotas dom\u00e9sticas t\u00eam como foco principal meninas adolescentes”,\u00a0explicou H\u00e9lio Bicudo.<\/p>\n

Na pr\u00e1tica, disse ele ainda, os traficantes raramente s\u00e3o apanhados porque, para isso, teriam que ser flagrados no ato de viajar com a pessoa, ou seja, traficar. H\u00e9lio Bicudo tamb\u00e9m observou que muitas das v\u00edtimas s\u00e3o levadas pelos pr\u00f3prios parentes. “Segundo estat\u00edsticas, 13,28% das den\u00fancias d\u00e3o conta que o explorador \u00e9 um parente da v\u00edtima, geralmente pai, padastro, tio e \u00e0s vezes a pr\u00f3pria m\u00e3e. O medo de repres\u00e1lias impede as v\u00edtimas de solicitar a interven\u00e7\u00e3o da pol\u00edcia”,\u00a0disse H\u00e9lio Bicudo.<\/p>\n

Legisla\u00e7\u00e3o especifica – <\/strong>A presidente da CPI do Tr\u00e1fico de Pessoas, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), defendeu a cria\u00e7\u00e3o de uma legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica para combater o tr\u00e1fico de pessoas. “N\u00e3o basta tratar do tr\u00e1fico de pessoas no C\u00f3digo Penal, porque seria como se n\u00f3s admit\u00edssemos que o correto no enfrentamento seria apenas penalizar as pessoas que cometem esse tipo de crime, sem entender da necessidade de prote\u00e7\u00e3o das v\u00edtimas e da pr\u00f3pria mudan\u00e7a cultural. Devemos apresentar a proposta de uma lei especifica”,\u00a0disse a senadora, que citou como exemplo a edi\u00e7\u00e3o da Lei Maria da Penha (Lei 11.340\/2006<\/a>), institu\u00edda para coibir a viol\u00eancia dom\u00e9stica.<\/p>\n

A expectativa \u00e9 de que o relat\u00f3rio final seja apresentado em agosto, pela relatora, senadora L\u00eddice da Mata (PSB-BA). A parlamentar lembrou recente visita feita aos Estados Unidos, onde membros da Comiss\u00e3o tiveram a oportunidade de conhecer experi\u00eancias de combate ao tr\u00e1fico de pessoas, desenvolvidas pelo governo norte-americano e por institui\u00e7\u00f5es n\u00e3o governamentais. L\u00eddice da Mata tamb\u00e9m citou que uma das contribui\u00e7\u00f5es do jurista H\u00e9lio Bicudo diz respeito aos dados sobre o tr\u00e1fico de pessoas para fins de tr\u00e1fico de \u00f3rg\u00e3os, “o que \u00e9 uma triste e dura realidade, no Brasil e no mundo”, segundo a senadora. Ela\u00a0destacou a\u00a0experi\u00eancia\u00a0de H\u00e9lio Bicudo, como militante dos Direitos Humanos, para os trabalhos da relatoria da CPI do Tr\u00e1fico de Pessoas.<\/p>\n

Assessoria de Imprensa, com<\/em> Ag\u00eancia Senado<\/a>, por Rodrigo Baptista<\/em>\u00a0(27\/06\/2012)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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