<\/a>A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, ligou nesta\u00a0ter\u00e7a-feira (14\/08) para a senadora L\u00eddice da Mata (PSB-BA) e transmitiu uma boa not\u00edcia: o comprador da correspond\u00eancia de Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Vinicius de Moraes com o poeta e diplomata Jo\u00e3o Cabral de Melo Neto (1920-1999) decidiu doar parte de seu acervo ao Minist\u00e9rio da Cultura, que deve transferi-lo para a Funda\u00e7\u00e3o Casa de Rui Barbosa.<\/p>\n

Em carta, na semana passada,\u00a0L\u00eddice da Mata cobrou uma “aten\u00e7\u00e3o especial” da ministra da Cultura<\/a> para “estudar os instrumentos legais, sem entraves burocr\u00e1ticos”, para adquirir o arquivo de Jo\u00e3o Cabral e “abri-lo, generosamente, aos pesquisadores brasileiros e internacionais”. “A ministra agradeceu o envio da carta. Ela julgou que o Minist\u00e9rio n\u00e3o podia interromper o leil\u00e3o, porque seria uma atitude muito autorit\u00e1ria, de confronto com a decis\u00e3o da fam\u00edlia. Mas, em contato com o leil\u00e3o, abriram uma negocia\u00e7\u00e3o com o comprador, que prefere se manter em sigilo. E ele doou uma parte do acervo. Doou as cartas com Vinicius e com outros poetas, uma parte important\u00edssima do acervo”,\u00a0comemorou L\u00eddice.<\/p>\n

Em 25 de julho,\u00a0Terra Magazine<\/strong>\u00a0antecipou que a fam\u00edlia de Jo\u00e3o Cabral jogara num leil\u00e3o a correspond\u00eancia do escritor<\/a>\u00a0com grandes poetas brasileiros. O 56\u00ba Leil\u00e3o da Babel Livros ocorreu em 10 e 11 de agosto, no Rio de Janeiro. Os lotes inclu\u00edam ainda bilhetes dos catal\u00e3es Joan Mir\u00f3, Joan Brossa, Antoni T\u00e0pies e Modest Cuixart. As cartas de Bandeira, Drummond e Vinicius foram vendidas em lotes separados. Segundo apurou a reportagem, cada pasta saiu por R$ 11 mil.<\/p>\n

Na carta ao MinC, L\u00eddice da Mata defendeu a import\u00e2ncia da unifica\u00e7\u00e3o e da abertura do acervo: “N\u00e3o \u00e9 preciso especular tanto para supor que fragmentos relevantes da nossa literatura podem ser lan\u00e7ados ao olvido, num momento em que o Pa\u00eds procura trazer \u00e0 luz documentos de sua hist\u00f3ria”<\/p>\n

A diretora do Centro de Mem\u00f3ria e Informa\u00e7\u00e3o da Casa de Rui Barbosa, Ana Pessoa, chegou a dizer que a anterior publica\u00e7\u00e3o da maioria das cartas diminu\u00eda o interesse na compra. Referia-se ao livro “Correspond\u00eancia de Cabral com Bandeira e Drummond” (Ed. Nova Fronteira), organizado pela professora Flora S\u00fcssekind.\u00a0\u00a0“Nossa meta n\u00e3o \u00e9 colecionar. Nossa miss\u00e3o \u00e9 tornar p\u00fablico”,<\/a>\u00a0afirmou. Essa ideia de curadoria contraria a vis\u00e3o de pesquisadores ouvidos por\u00a0Terra Magazine<\/strong>. Com a repercuss\u00e3o do caso, e ap\u00f3s o recebimento da carta da senadora, a ministra Ana de Hollanda se empenhou pessoalmente para adquirir o importante fragmento da hist\u00f3ria liter\u00e1ria do Brasil.<\/p>\n

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