Foto: Divulga\u00e7\u00e3o – Arte IBahia<\/em><\/p><\/div>\n

A realiza\u00e7\u00e3o dos Jogos Ol\u00edmpicos Rio 2016 foi extremamente positiva para a imagem do Brasil no exterior. A imprensa internacional ressaltou a beleza de nossas solenidades de abertura e encerramento, que mostraram diversas faces de nossa cultura e diversidade. A singularidade das ganhadeiras de Itapu\u00e3, a m\u00fasica de Caetano e Gil, a linda voz de Mariene de Castro, a genialidade de Santos Dumont e do Mestre Vitalino, os vaqueiros nordestinos, o bumba meu boi do Norte e o carnaval, entre outros aspectos, foram criados e coordenados de forma impec\u00e1vel pelos cineastas Fernando Meirelles, Daniela Thomas e Andrucha Waddington\u00a0e pela carnavalesca Rosa Magalh\u00e3es. Com a participa\u00e7\u00e3o de cantores, modelos, atores, bailarinos e volunt\u00e1rios, o mundo presenciou um espet\u00e1culo digno de todos os elogios. Tudo isso, aliado ao sucesso da organiza\u00e7\u00e3o dos jogos e \u00e0 receptividade dos brasileiros pode em muito incrementar nosso turismo, j\u00e1 que 88% dos estrangeiros que aqui estiveram manifestaram interesse em retornar.<\/p>\n

Entretanto, h\u00e1 de se lamentar a invisibilidade imposta ao ex-presidente Lula, que foi o respons\u00e1vel direto para a atra\u00e7\u00e3o dos jogos para o Rio, e n\u00e3o s\u00f3 desse megaevento esportivo, t\u00e3o bem-sucedido, como tamb\u00e9m da Copa do Mundo de Futebol de 2014, a Copa das Confedera\u00e7\u00f5es e as Paralimp\u00edadas que ser\u00e3o realizadas em setembro. Tamb\u00e9m quero destacar o empenho da presidente Dilma, por ter contribu\u00eddo diretamente para a realiza\u00e7\u00e3o do maior evento esportivo da hist\u00f3ria do nosso Pa\u00eds, com planejamento e organiza\u00e7\u00e3o, al\u00e9m dos investimentos realizados durante sua gest\u00e3o.<\/p>\n

Toda essa heran\u00e7a positiva serve para espantar de vez o que j\u00e1 foi chamado de \u201ccomplexo de vira lata\u201d que consome parte de nossa popula\u00e7\u00e3o: o brasileiro \u00e9, sim, capaz de realizar grandes eventos e faz\u00ea-lo bem. Embora alguns estivessem desconfiados quanto ao sucesso, sem d\u00favida as Olimp\u00edadas do Rio foram um sucesso, tanto em organiza\u00e7\u00e3o quanto no desempenho dos nossos atletas. Ali\u00e1s, com 19 medalhas (sete de ouro, seis de prata e seis de bronze), o Brasil registrou sua melhor performance na hist\u00f3ria dos Jogos Ol\u00edmpicos.<\/p>\n

Conquistamos ouro no futebol e no v\u00f4lei masculino; no jud\u00f4, com Rafaela Silva; Thiago Braz, no salto com vara; no boxe, com o baiano Robson Concei\u00e7\u00e3o; e as duplas Kahena Kunze e Martine Grael (vela) e Alison e Bruno (v\u00f4lei de praia). As seis medalhas de prata ficaram para Felipe Wu (tiro esportivo), Isaquias Queiroz (canoagem), novamente Isaquias Queiroz com Erlon Silva (na canoagem), Diego Hypolito (gin\u00e1stica art\u00edstica), Arthur Zanetti (nas argolas) e para a dupla Agatha e B\u00e1rbara (v\u00f4lei de praia). J\u00e1 os seis bronzes foram para Isaquias Queiroz (canoagem), Mayra Aguiar e Rafael Silva (jud\u00f4), Arthur Nory (gin\u00e1stica de solo), Poliana Okimoto (maratona aqu\u00e1tica) e Maicon Andrade (taekendoo).<\/p>\n

Mas n\u00e3o posso deixar de mencionar os atletas da Bahia, motivo de orgulho, seja nos resultados obtidos, seja nas suas hist\u00f3rias de vida, marcadas pela supera\u00e7\u00e3o. Tivemos o maior n\u00famero de participantes entre as regi\u00f5es Norte, Nordeste e Centro-Oeste.<\/p>\n

Robson Concei\u00e7\u00e3o, ouro no boxe, medalha in\u00e9dita para esse esporte que tem a cara dos bairros populares de Salvador, \u00e9 um dos exemplos de que, quando h\u00e1 oportunidades, \u00e9 poss\u00edvel mudar um destino. Menino de origem humilde, do bairro da Boa Vista do S\u00e3o Caetano, que eu bem conhe\u00e7o a realidade e todos os seus dramas, come\u00e7ou a trabalhar cedo com sua av\u00f3, na Feira de S\u00e3o Joaquim. Por meio do esporte, conseguiu se esquivar de alguns grandes inimigos da juventude negra do nosso Pa\u00eds, que s\u00e3o a viol\u00eancia e a mis\u00e9ria.<\/p>\n

Outro exemplo de garra do povo baiano \u00e9 Isaquias Queiroz, medalha de bronze e prata duas vezes (uma em parceria com Erlon Silva). Foi o primeiro atleta brasileiro a conquistar tr\u00eas medalhas em uma \u00fanica Olimp\u00edada. Natural de Ubaitaba, Sul da Bahia, ele come\u00e7ou a remar ainda pequeno contra as correntezas da vida nas \u00e1guas do Rio de Contas. Aos dez anos, o garoto pobre perdera um rim ap\u00f3s levar uma queda, mas isso n\u00e3o foi suficiente para ceifar seus sonhos.<\/p>\n

E o que Robson e Isaquias t\u00eam em comum. Al\u00e9m de negros, pobres e nordestinos, foram beneficiados com uma pol\u00edtica de apoio a atletas iniciadas no governo do ex-Presidente Lula e mantido pela Presidente Dilma. Robson participa do Programa de Atletas de Alto Rendimento, das For\u00e7as Armadas, enquanto Isaquias come\u00e7ou a ser assistido ainda crian\u00e7a pelo Programa Segundo Tempo, um dos pioneiros em educa\u00e7\u00e3o em tempo integral via Minist\u00e9rio do Esporte.<\/p>\n

Assim como Isaquias e Robson, tamb\u00e9m a carioca Rafaela Silva \u2013 ouro no Jud\u00f4 \u2013 e outros dez medalhistas t\u00eam alguma ajuda dos programas do governo, como o Bolsa Atleta, do Minist\u00e9rio do Esporte, entre outros. Somente no Rio 2016, 358 dos 465 dos atletas brasileiros (77%) receberam apoios diretos do governo.\u00a0E agora estamos numa situa\u00e7\u00e3o de amea\u00e7a de cortes de verbas ou at\u00e9 de extin\u00e7\u00e3o desses programas.<\/p>\n

Em dez anos, completados em 2015, foram concedidas 43 mil bolsas e investidos mais de R$ 600 milh\u00f5es em apoio ao esporte. Somente o Bolsa Atleta beneficia 17 mil atletas esportistas ol\u00edmpicos e paraol\u00edmpicos em todo o Pa\u00eds. Atualmente, 6.152 atletas s\u00e3o contemplados com investimentos de R$ 80 milh\u00f5es.<\/p>\n

As Olimp\u00edadas do Rio de Janeiro foram de gratas surpresas como Tiago Braz, ouro no salto com vara, al\u00e9m de conquistas muito festejadas como as de Diego Hyp\u00f3lito e outras esperadas como a de Arthur Zanetti. Entretanto, meu aplauso n\u00e3o vai s\u00f3 para os medalhistas, mas para aqueles que encarnaram o esp\u00edrito ol\u00edmpico e foram verdadeiros guerreiros, como as meninas do futebol, que n\u00e3o se entregaram em momento algum e, mesmo sem medalhas, deixaram um grande exemplo a ser seguido, como a baiana Formiga que, aos 38 anos, participou de sua sexta olimp\u00edada e encerra sua brilhante carreira com duas pratas conquistadas, entrando para a hist\u00f3ria da modalidade de forma\u00a0heroica.<\/p>\n

Fa\u00e7o aqui uma especial sauda\u00e7\u00e3o aos 16 atletas que representaram a Bahia no Rio 2016: Graciete Moreira e Marily dos Santos (atletismo); Ana Marcela Cunha e Allan do Carmo (Maratona aqu\u00e1tica); Isaquias Queiroz e Erlon de Souza (canoagem); Robson Concei\u00e7\u00e3o, Adriana Ara\u00fajo, Joedison Teixeira e Robenilson de Jesus (boxe); Isabela Ramona (basquete); e, no futebol, Fabiana, Formiga, Rafaelle, Walace e Uilson Pedruzzi, no masculino capitaneados pelo tamb\u00e9m baiano, o t\u00e9cnico Rog\u00e9rio Micale.<\/p>\n

Aplausos, tamb\u00e9m, para os milhares de volunt\u00e1rios que ajudaram na organiza\u00e7\u00e3o dos Jogos Ol\u00edmpicos, recebendo turistas, participando de centenas de atividades de apoio e que mostraram como o Brasil \u00e9 alegre, hospitaleiro e colaborativo, o que muito agradou a todos os que prestigiaram as diversas modalidades e eventos durante as Olimp\u00edadas Rio 2016. Vamos agora aguardar, com a mesma expectativa, a realiza\u00e7\u00e3o das Paralimp\u00edadas, de 7 a 18 de setembro. Tenho certeza que tamb\u00e9m teremos grandes resultados, tanto na realiza\u00e7\u00e3o do evento como no desempenho de nossos atletas.<\/p>\n

L\u00eddice da Mata \u00e9 senadora e presidente do PSB-BA<\/em><\/p>\n