<\/a><\/p>\nA regi\u00e3o cacaueira baiana produziu cerca de 106 toneladas de am\u00eandoa de cacau na safra 2015-2016, ajudando a alimentar uma cadeia produtiva que movimenta R$ 12 bilh\u00f5es. Os n\u00fameros s\u00e3o da Comiss\u00e3o Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac). S\u00f3 para se ter uma ideia, o Brasil \u00e9 o terceiro maior consumidor de chocolate do mundo e o quinto produtor do planeta.<\/p>\n
A seca nas \u00faltimas duas safras prejudicou a produ\u00e7\u00e3o por aqui, mas a regi\u00e3o cacaueira baiana ainda \u00e9 respons\u00e1vel por cerca de 60% do fruto produzido em todo territ\u00f3rio nacional. Principal produto agr\u00edcola do Sul da Bahia, o fruto \u00e9 a estrela da nona edi\u00e7\u00e3o do Chocolat Bahia – Festival Internacional do Chocolate e Cacau, que come\u00e7a nesta quinta-feira (20) e, por quatro dias, vai discutir o futuro dessa ind\u00fastria no Centro de Conven\u00e7\u00f5es de Ilh\u00e9us.<\/p>\n
\u201cTemos o maior evento profissional dessa \u00e1rea reunindo consumidores, especialistas e produtores, uma oportunidade para discutir a industrializa\u00e7\u00e3o, a verticaliza\u00e7\u00e3o da produ\u00e7\u00e3o e, consequentemente, a melhoria da qualidade das am\u00eandoas de cacau selecionado e produto final elaborado\u201d, pontua Marco Lessa, idealizador do projeto e organizador do evento.<\/p>\n
F\u00e1brica –\u00a0<\/strong>Dono das marcas ChOr e Chocolat, Lessa \u00e9 tamb\u00e9m um dos s\u00f3cios da Ind\u00fastria de Chocolate da Bahia (ICB), que deve come\u00e7ar a funcionar ainda este semestre. Ao lado de Henrique Almeida e Alexandre Reis, o empres\u00e1rio quer produzir cerca de 150 toneladas de chocolate de origem por ano, atendendo a diversas marcas da regi\u00e3o.<\/p>\nSer\u00e3o investidos R$ 3 milh\u00f5es no empreendimento, e, inicialmente, gerados at\u00e9 20 empregos diretos. A ideia \u00e9 atender a um p\u00fablico externo que j\u00e1 consome chocolates finos e a um p\u00fablico interno cada vez maior, que deixou de lado os chocolates comuns para consumir os de origem.<\/p>\n
\u201cO chocolate de origem, ou de verdade, tem uma qualidade superior. Sua produ\u00e7\u00e3o parte de 35% de cacau, h\u00e1 uma preocupa\u00e7\u00e3o com todas as etapas p\u00f3s-colheita do fruto, com a preserva\u00e7\u00e3o ambiental, no manejo da cabruca, que preserva a Mata Atl\u00e2ntica. Existe toda uma preocupa\u00e7\u00e3o que o produtor que vende para a grande ind\u00fastria n\u00e3o tem. Ele acaba pulando etapas porque o valor pago n\u00e3o compensa\u201d, explica Lessa.<\/p>\n
Diferenciado –\u00a0<\/strong>O mercado de chocolate de origem ainda \u00e9 muito pequeno. Os dados variam, mas de acordo com Lessa, ainda n\u00e3o passam de 1% da produ\u00e7\u00e3o nacional, mas isso n\u00e3o impede que essa ind\u00fastria, formada por pequenas e m\u00e9dias empresas, continue crescendo. S\u00f3 para se ter uma ideia, 30 marcas de chocolate de origem do Sul da Bahia e Amaz\u00f4nia participam com estandes do festival este ano, cinco delas estreando no evento, inclusive.<\/p>\nUma das\u00a0 mais famosas da Bahia \u00e9 a Amma. Com sua produ\u00e7\u00e3o org\u00e2nica, marca presen\u00e7a em 16 pa\u00edses – Dinamarca, Su\u00e9cia, Jap\u00e3o, Austr\u00e1lia, Estados Unidos e Fran\u00e7a s\u00e3o alguns. No ano passado, a produ\u00e7\u00e3o chegou a 60 toneladas de chocolate e triplicou de tamanho em\u00a0 sete anos. \u201cConquistamos um mercado que busca um produto diferenciado. Eles querem o 100%, o que mais vende disparado, depois vem\u00a0 a barra com a\u00e7\u00facar de coco, mais saud\u00e1vel pelo baixo \u00edndice glic\u00eamico\u201d, revela o empres\u00e1rio Diego Badar\u00f3.<\/p>\n
\u201cO\u00a0 cacau comum \u00e9 produzido em 2, 3 dias. N\u00f3s levamos quase 30 dias, entre colher, deixar os frutos maturarem, secar na barca\u00e7a, selecionar tamanhos. \u00c9 um processo rigoroso, inclusive na lavoura, onde utilizamos um\u00a0 manejo org\u00e2nico e biodin\u00e2mico\u201d, explica.<\/p>\n
Regulamenta\u00e7\u00e3o –\u00a0<\/strong>Caso seja aprovado, o projeto de lei (PLS 93\/2015) de autoria da senadora L\u00eddice da Mata (PSB-BA) deve mudar a forma como o brasileiro consome chocolate e aproximar a qualidade do comum com o de origem. O texto n\u00e3o s\u00f3 define o percentual m\u00ednimo de 35% de cacau para que um produto seja considerado chocolate como prev\u00ea, ainda, que o teor deva constar do r\u00f3tulo. Atualmente, produtos autodenominados \u201cchocolates\u201d n\u00e3o obedecem \u00e0s especifica\u00e7\u00f5es t\u00e9cnicas, como o percentual m\u00ednimo de 25% de cacau determinado pela Ag\u00eancia Nacional de Vigil\u00e2ncia Sanit\u00e1ria (Anvisa).<\/p>\nA senadora acredita que desta forma o Brasil ficar\u00e1 alinhado com os mercados americano e europeu, al\u00e9m permitir ao brasileiro saber o que est\u00e1 consumindo. \u201cEstamos estimulando a qualifica\u00e7\u00e3o do nosso chocolate. Ser\u00e1 um aprimoramento do mercado nacional\u201d, defende. \u201cTemos um monop\u00f3lio das processadoras de cacau que d\u00e3o o pre\u00e7o no mercado, as multinacionais que vendem no Brasil o chocolate de pior qualidade. Eles dizem que a lei vai aumentar o pre\u00e7o, mas se a gente tiver uma grande produ\u00e7\u00e3o para exportar, o pre\u00e7o tamb\u00e9m vai cair\u201d, pondera.<\/p>\n
\u201cA mudan\u00e7a na lei reflete na produ\u00e7\u00e3o, na qualidade do chocolate consumido e resulta na produ\u00e7\u00e3o de um cacau de melhor qualidade, que tende a valer mais e fazer o produtor se interessar em melhorar seu produto\u201d, avalia a pesquisadora em tecnologia e ci\u00eancias agr\u00edcolas da Ceplac Neide Alice Pereira. \u201cImagino que cerca de um ter\u00e7o do que \u00e9 vendido hoje como chocolate, na verdade n\u00e3o \u00e9. A gente n\u00e3o pode confundir um bombom ou uma trufa com chocolate. A lei muda a percep\u00e7\u00e3o do consumo\u201d, refor\u00e7a Lessa.<\/p>\n
Evento difunde cadeia da produtiva –\u00a0<\/strong>O Centro de Conven\u00e7\u00f5es de Ilh\u00e9us, no Sul do estado, recebe, a partir de hoje, a nona edi\u00e7\u00e3o do Chocolat Bahia – Festival Internacional do Chocolate e Cacau. Com entrada franca e expectativa de p\u00fablico de 60 mil pessoas, o evento contar\u00e1 com mais de 80 expositores.<\/p>\nDesses, 30 s\u00e3o de marcas de chocolate de origem do Sul da Bahia e Amaz\u00f4nia, cinco delas criadas recentemente, como a Var, Maia e Morbek, e outras conhecidas do p\u00fablico, como a ChOr, que vai lan\u00e7ar seu fondue de chocolate 44% cacau ao leite com morango.<\/p>\n
A marca de chocolate org\u00e2nico Amma vai levar ao festival sua linha completa com 24 produtos, entre eles o 100% Cacau, sucesso de vendas. A empresa criada h\u00e1 7 anos por Diego Badar\u00f3 chega a Ilh\u00e9us ap\u00f3s conquistar o International Chocolate Awards, em Nova York, e cinco pr\u00eamios no Academy of Chocolate Awards 2017, realizado em Londres.<\/p>\n
A programa\u00e7\u00e3o do FICC ter\u00e1 cursos, debates, rodadas de neg\u00f3cios e palestras com especialistas internacionais, al\u00e9m de workshops gratuitos de receitas \u00e0 base de chocolate com chefs famosos, como Lucas Corazza, confeiteiro e jurado do reality show Que Seja Doce, do canal GNT.<\/p>\n
Para Marco Lessa, idealizador do projeto e organizador do evento, o festival \u00e9\u00a0 uma forma de promover Ilh\u00e9us como polo chocolateiro e difundir a cadeia produtiva do cacau. \u201cUma oportunidade para discutir a industrializa\u00e7\u00e3o, a verticaliza\u00e7\u00e3o da produ\u00e7\u00e3o e a melhoria da qualidade das am\u00eandoas de cacau selecionado e produto final elaborado\u201d, pontua ele. O evento \u00e9 uma iniciativa do Costa do Cacau Convention Bureau e Associa\u00e7\u00e3o de Turismo de Ilh\u00e9us, com apoio do governo estadual e de outras institui\u00e7\u00f5es.<\/p>\n
Mat\u00e9ria publicada pelo Jornal Correio da Bahia<\/a>\u00a0em 20\/07\/2017<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"A regi\u00e3o cacaueira baiana produziu cerca de 106 toneladas de am\u00eandoa de cacau na safra 2015-2016, ajudando a alimentar uma cadeia produtiva que movimenta R$ 12 bilh\u00f5es. Os n\u00fameros s\u00e3o…<\/p>\n","protected":false},"author":5,"featured_media":2376,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1],"tags":[],"yoast_head":"\n
Festival Internacional de Chocolate re\u00fane marcas e discute produ\u00e7\u00e3o de cacau na Bahia - L\u00eddice<\/title>\n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n\t \n\t \n\t \n \n \n \n \n \n\t \n\t \n\t \n