<\/a>Por iniciativa da senadora L\u00eddice da Mata (PSB-BA), a Comiss\u00e3o de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado promoveu nesta quarta-feira (3\/4) audi\u00eancia p\u00fablica para debater os problemas que envolvem o desabastecimento de milho no mercado interno. No Nordeste, principalmente na regi\u00e3o do semi\u00e1rido, que vivencia a pior seca das \u00faltimas d\u00e9cadas, os criadores j\u00e1 n\u00e3o conseguem adquirir o produto para refor\u00e7ar a alimenta\u00e7\u00e3o do rebanho animal. Mortes est\u00e3o ocorrendo em diversas localidades, pois a seca destruiu as pastagens.<\/p>\n

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Presidida pelo senador In\u00e1cio Arruda (PCdoB-CE), a audi\u00eancia teve como primeiro expositor, o secret\u00e1rio de Agricultura, Irriga\u00e7\u00e3o e Reforma Agr\u00e1ria do Estado da Bahia, Eduardo Seixas de Salles, que tamb\u00e9m preside o Conselho Nacional de Secret\u00e1rios de Estado de Agricultura. Ele informou que somente em territ\u00f3rio baiano j\u00e1 morreram mais de 320 mil animais por fome ou sede.<\/p>\n

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O secret\u00e1rio defendeu a necessidade de um plano nacional de armazenagem para adequar o sistema de abastecimento no Pa\u00eds e ordenar o escoamento do milho e valorizar a agropecu\u00e1ria brasileira: \u201cSe o Brasil quer ser o celeiro mundial, tem que melhorar o sistema de abastecimento e ter a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) atuando efetivamente como agente regulador, com estrutura adequada para atender aos produtores e ao mercado\u201d, disse.<\/p>\n

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Faltam armaz\u00e9ns – <\/b>Jos\u00e9 Maria dos Anjos, da Secretaria de Pol\u00edtica Agr\u00edcola do Minist\u00e9rio da Agricultura, afirmou que o Pa\u00eds n\u00e3o tem problemas de abastecimento de milho, mas sim quest\u00f5es regionais e localizadas. Ele destacou a capacidade da Bahia em atender a outros mercados com a produ\u00e7\u00e3o de milho. Tamb\u00e9m refor\u00e7ou a situa\u00e7\u00e3o cr\u00edtica e at\u00edpica da seca e anunciou que a Bahia ser\u00e1 contemplada com mais armaz\u00e9ns.<\/p>\n

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A falta de armaz\u00e9ns foi um dos pontos comentados pela senadora L\u00eddice da Mata, ao citar que as dificuldades s\u00e3o maiores nos locais que n\u00e3o disp\u00f5em de grande n\u00famero de armaz\u00e9ns para o milho, como \u00e9 o caso da Bahia, que s\u00f3 conta com cinco armaz\u00e9ns da Conab e outros oito particulares, \u201co que \u00e9 pouco para atingir e suprir os produtores\u201d, lembrou. Ela tamb\u00e9m defendeu melhorias na log\u00edstica de distribui\u00e7\u00e3o e transporte do milho, para possibilitar a entrega direta do produto nos munic\u00edpios atingidos pela estiagem.<\/p>\n

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\u00c9rico Ant\u00f4nio Pozzer, que preside a C\u00e2mara Setorial da Cadeia Produtiva de Aves e Su\u00ednos e a Associa\u00e7\u00e3o Paulista de Avicultores, disse que a falta de estoques da Conab prejudica tamb\u00e9m as empresas de frango. Ele concordou com o secret\u00e1rio de Agricultura da Bahia sobre a necessidade de existir um estoque regulador e disse que a medida evitar\u00e1 a \u201cgangorra\u201d de pre\u00e7os do milho, integrando mercados e oferecendo mais condi\u00e7\u00f5es de participa\u00e7\u00e3o dos pequenos produtores nos leil\u00f5es da Conab.<\/p>\n

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Ainda durante a audi\u00eancia, Ces\u00e1rio Ramalho da Silva, presidente da C\u00e2mara Setorial da Cadeia Produtiva de Milho e Sorgo e da Sociedade Rural Brasileira, destacou a iniciativa de L\u00eddice da Mata ao propor o tema do debate: \u201cO Brasil \u00e9 o pa\u00eds do agroneg\u00f3cio. Lamento que fiquemos internacionalmente conhecidos via um notici\u00e1rio que mostra os problemas de escoamento da produ\u00e7\u00e3o nos portos\u201d.<\/p>\n

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Ramalho lembrou as medidas anunciadas na ter\u00e7a-feira (2\/4) pela presidente Dilma Rousseff para amenizar os efeitos da seca, oportunidade em que foi destacada a import\u00e2ncia da cultura do milho no atendimento emergencial aos estados e munic\u00edpios que enfrentam a estiagem. \u201c\u00c9 preciso um sistema de suporte ao produtor para garantir abastecimento, log\u00edstica e escoamento da produ\u00e7\u00e3o\u201d, destacou.<\/p>\n

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Medidas p\u00f3s-seca – <\/b>Ainda durante a audi\u00eancia, L\u00eddice da Mata lembrou que o milho chega atrasado, em menor quantidade do que o planejado, e que, por conta da seca, acarreta uso de estoque de outros alimentos para o rebanho. \u201cOs produtores j\u00e1 usaram todos os outros produtos. Agora dependem exclusivamente do milho\u201d, desabafou. A senadora ressaltou a necessidade de renegocia\u00e7\u00e3o das dividas dos pequenos produtores em fun\u00e7\u00e3o da seca e do desabastecimento. Por fim, lembrou que a maior parcela dos produtores \u00e9 formada por agricultores familiares.<\/p>\n

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Ao mesmo tempo em que elogiou as medidas anunciadas pelo governo federal para amenizar os efeitos da seca, a parlamentar disse que s\u00e3o necess\u00e1rias a\u00e7\u00f5es p\u00f3s-estiagem: \u201cA situa\u00e7\u00e3o do Nordeste \u00e9 dram\u00e1tica, mesmo havendo grande integra\u00e7\u00e3o e uni\u00e3o dos estados nordestinos. \u00c9 urgente que se monte uma for\u00e7a tarefa para que n\u00e3o percamos o restante do rebanho e que os produtores possam recuperar os preju\u00edzos. O Nordeste precisa de a\u00e7\u00f5es urgentes para socorro do abastecimento com o milho, mas tamb\u00e9m \u00e9 preciso prever a\u00e7\u00f5es para o per\u00edodo p\u00f3s-seca. A melhoria da log\u00edstica \u00e9 essencial\u201d, pontuou.<\/p>\n

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Vice-presidente da CDR, o senador In\u00e1cio Arruda destacou a import\u00e2ncia do debate proposto por L\u00eddice da Mata sobre o milho, principalmente face ao grave momento de seca no semi\u00e1rido nordestino. J\u00e1 o senador Benedito de Lira (PP-AL) alertou para os \u00a0problemas de escoamento da produ\u00e7\u00e3o agropecu\u00e1ria devido \u00e0 falta de log\u00edstica. Ele tamb\u00e9m informou que debate sobre outro tema importante do setor agropecu\u00e1rio, a cadeia produtiva do leite, ser\u00e1 tema de audi\u00eancia p\u00fablica nesta quinta-feira (4\/4) na Comiss\u00e3o de Agricultura e Reforma Agr\u00e1ria (CRA) do Senado.<\/p>\n

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Produtores do Nordeste pedem ao governo urg\u00eancia no envio de milho para salvar\u00a0gado<\/em><\/a><\/p>\n

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