Especialistas criticaram a falta de diagn\u00f3stico do Poder Executivo para fundamentar a reforma da Previd\u00eancia (PEC\u00a06\/19<\/a>) e questionaram a efic\u00e1cia das mudan\u00e7as. Eles participaram de semin\u00e1rio promovido na quarta-feira (3\/4) pela Comiss\u00e3o de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (Cidoso) da C\u00e2mara dos Deputados, para falar sobre o impacto da reforma na popula\u00e7\u00e3o mais velha.<\/p>\n\n\n\n

O diretor t\u00e9cnico do Departamento Intersindical de Estat\u00edsticas e Estudos Socioecon\u00f4micos (Dieese<\/a>) Clemente Ganz disse que o diagn\u00f3stico que o governo faz para respaldar a reforma \u00e9 fraco e n\u00e3o possui uma previs\u00e3o dos impactos econ\u00f4micos das mudan\u00e7as. \u201cQual o efeito de tirar da economia R$ 1 trilh\u00e3o? Voc\u00ea est\u00e1 tirando pot\u00eancia da din\u00e2mica econ\u00f4mica. Dimensionar esses efeitos \u00e9 fundamental\u201d, afirmou.\u00a0

Segundo Ganz, deveria haver mais informa\u00e7\u00f5es atuariais para ser poss\u00edvel projetar diferentes cen\u00e1rios com riscos e expectativas que respaldem mudan\u00e7as no sistema previdenci\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n

A falta de diagn\u00f3stico detalhado do governo tamb\u00e9m foi criticada pelo presidente da Associa\u00e7\u00e3o Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip<\/a>), Floriano de S\u00e1 Neto. Ele alertou sobre o impacto negativo da redu\u00e7\u00e3o de R$ 1,1 trilh\u00e3o em custos previdenci\u00e1rios projetado pelo governo para um horizonte de dez anos com a reforma.<\/p>\n\n\n\n

\u201cTodos os nossos dados indicam que a economia de R$ 1,1 trilh\u00e3o vai ter um aspecto contracionista. Ou seja, al\u00e9m de n\u00e3o ajudar a economia, vai prejudicar ainda mais a retomada do crescimento econ\u00f4mico\u201d, afirmou S\u00e1 Neto. Ele acredita que a reforma vai \u201cpuxar ainda mais o freio de m\u00e3o da economia\u201d e fazer com que a economia dos munic\u00edpios e dos cidad\u00e3os sofra.<\/p>\n\n\n\n

Capitaliza\u00e7\u00e3o<\/strong> – Para o senador Paulo Paim (PT-RS), autor do projeto que originou o Estatuto do Idoso (Lei\u00a010.741\/03<\/a>), a reforma e, em particular, a proposta de capitaliza\u00e7\u00e3o acabam com o pacto social da Constituinte de 1988. \u201cCerca de 30 pa\u00edses do mundo adotaram essa \u2018poupancinha\u2019 e n\u00e3o deu certo. A gente vai copiar o que n\u00e3o deu certo aqui no Brasil\u201d, disse.<\/p>\n\n\n\n

No texto encaminhado pelo governo, cada futuro trabalhador ter\u00e1 uma conta para depositar suas contribui\u00e7\u00f5es para a aposentadoria.<\/p>\n\n\n\n

Falta de debate<\/strong> – A urg\u00eancia que o governo quer impor na an\u00e1lise da reforma \u00e9 uma t\u00e1tica para aprovar um texto contr\u00e1rio aos interesses da popula\u00e7\u00e3o sem muitas dificuldades, na opini\u00e3o da presidente da comiss\u00e3o, deputada L\u00eddice da Mata (PSB-BA). \u201cN\u00f3s precisamos de uma reforma que garanta dignidade \u00e0 vida do povo trabalhador em sua velhice e n\u00e3o uma reforma que esteja preocupada apenas em manter e aquecer o mercado\u201d, afirmou.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com L\u00eddice, n\u00e3o h\u00e1 receio em se fazer uma reforma, at\u00e9 porque os \u00faltimos governos de esquerda tamb\u00e9m mudaram as regras da previd\u00eancia, mas \u201cn\u00e3o como a que o atual governo est\u00e1 propondo\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Com informa\u00e7\u00f5es da Ag\u00eancia C\u00e2mara Not\u00edcias<\/a><\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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