![\"Deputadas,](\"http:\/\/imagens.ebc.com.br\/cXEA61Dv2VS9MjIjZty8CFnT8tM=\/754x0\/smart\/http:\/\/agenciabrasil.ebc.com.br\/sites\/default\/files\/thumbnails\/image\/img_0785.jpg?itok=Zisc86nZ\")
<\/figure>\n\n\n\nDeputadas Leandre,\u00a0 L\u00eddice da Mata – presidente da Cidoso – e Tereza Nelma –\u00a0Marieta Cassar\u00e9\/ Ag\u00eancia Brasil<\/em><\/p>\n\n\n\n Para a deputada Leandre, o modelo que o Uruguai adota nos cuidados com a popula\u00e7\u00e3o mais velha pode servir de inspira\u00e7\u00e3o para o Brasil. “O que nos chamou aten\u00e7\u00e3o, aqui no Uruguai, \u00e9 que \u00e9 uma pol\u00edtica institu\u00edda por lei, ent\u00e3o ela tem continuidade. \u00c9 um modelo que eu acredito que a gente pode ter como refer\u00eancia, talvez n\u00e3o em sua totalidade, mas muitas coisas d\u00e1 para aproveitar e adaptar”. Leandre ressaltou a relev\u00e2ncia da pol\u00edtica dos cuidadores cadastrados, existente no Uruguai. Naquele pa\u00eds, os cuidadores de idosos recebem forma\u00e7\u00e3o do Estado, em cursos realizados nas universidades, e integram um cadastro nacional.<\/p>\n\n\n\n A brasileira Teresa Cunha, 63 anos, \u00e9 jornalista aposentada e cuidadora de idosos. Ela afirmou que a cria\u00e7\u00e3o de um cadastro de profissionais vinculados ao Estado seria uma iniciativa interessante. “Tendo um cadastro ficaria mais f\u00e1cil de conseguir que idosos carentes fossem atendidos por profissionais capacitados para entender suas necessidades. \u00c9 importante que algumas regras tenham que ser cumpridas, que a pessoa tenha pelo menos ensino fundamental completo, saiba ler, escrever, e que passe pelas disciplinas de cuidados b\u00e1sicos da pessoa acamada. Saber como ler uma receita m\u00e9dica, ligar para um familiar, ajudar a usar uma comadre, trocar fralda, dar banho em cima da cama, s\u00e3o cuidados m\u00ednimos”, afirma.<\/p>\n\n\n\n L\u00eddice da Mata ressaltou que, no Uruguai, h\u00e1 uma pol\u00edtica clara de forma\u00e7\u00e3o de cuidadores. “Essa pol\u00edtica \u00e9 feita pela universidade, mesmo n\u00e3o sendo uma gradua\u00e7\u00e3o, e \u00e9 fiscalizada e preparada pela universidade. No Brasil, h\u00e1 forma\u00e7\u00f5es diferentes, sem um curr\u00edculo b\u00e1sico e sem centralidade”.<\/p>\n\n\n\n Para Leandre, o cadastro serviria tamb\u00e9m como fonte de emprego e renda. “A partir do momento que eu fa\u00e7o uma transfer\u00eancia de renda como essa, eu oportunizo, inclusive, vagas de emprego. Hoje, temos 13 milh\u00f5es de desempregados. Muitas dessas pessoas poderiam assistir aqueles que precisam”. <\/p>\n\n\n\n Cuidador de idosos – <\/strong>No m\u00eas passado, dia 21 de maio, o plen\u00e1rio do Senado aprovou o projeto de lei que regulamenta a profiss\u00e3o de cuidador de idosos, crian\u00e7as e pessoas com defici\u00eancia ou doen\u00e7as raras. O projeto agora vai para san\u00e7\u00e3o presidencial. Para a deputada Tereza Nelma, o que falta no Brasil \u00e9 um programa voltado para essa popula\u00e7\u00e3o. “O Estado n\u00e3o assume esse papel (de cuidados com o idoso). No Brasil, o idoso ainda \u00e9 visto como o aposentado, a pessoa que est\u00e1 ali para cuidar dos netos”, defende a deputada, que relembra que 13% da popula\u00e7\u00e3o brasileira \u00e9 de idosos, um total de 28 milh\u00f5es de pessoas. “N\u00e3o \u00e9 mais um pa\u00eds de estudantes, \u00e9 sim um pa\u00eds de pessoas idosas”, afirma. <\/p>\n\n\n\n Complexo de Peter Pan – <\/strong>“Em diversas culturas, o idoso tem um papel social. No Brasil, provavelmente porque durante muitos anos tivemos uma popula\u00e7\u00e3o majoritariamente jovem, uma popula\u00e7\u00e3o de milh\u00f5es, n\u00f3s criamos um complexo de Peter Pan. O complexo de que ser\u00edamos jovens a vida inteira. Agora, enfrentamos esse novo desafio, de uma popula\u00e7\u00e3o idosa, que n\u00e3o tem a cultura do respeito, da prote\u00e7\u00e3o dos seus idosos. Em uma tribo ind\u00edgena brasileira, ou de qualquer outro canto do mundo, os idosos t\u00eam o seu papel, em geral s\u00e3o os s\u00e1bios da tribo. A nossa popula\u00e7\u00e3o, com as dimens\u00f5es do crescimento capitalista no mundo, v\u00ea o idoso como um peso”, afirmou L\u00eddice da Mata.<\/p>\n\n\n\n Leandre disse que \u00e9 um problema cultural. “No Brasil, a pessoa idosa \u00e9 relacionada a tudo o que \u00e9 velho, sem serventia. Esse \u00e9 o principal problema. A ideia de viver muitos anos agrada a todo mundo, mas a ideia de ficar velho n\u00e3o agrada a ningu\u00e9m. As pol\u00edticas p\u00fablicas andam em passos lentos e a sociedade parece ignorar completamente o assunto. Na medida em que a pessoa vai perdendo suas capacidades funcionais, sua autonomia, ela come\u00e7a a ficar invis\u00edvel. A\u00ed a gente precisa do papel do Estado pois a fam\u00edlia n\u00e3o d\u00e1 conta”.<\/p>\n\n\n\n A cuidadora Teresa concorda. “Falta uma cultura de educa\u00e7\u00e3o e respeito pelos idosos. Nas filas dos supermercados, nos \u00f4nibus, eu sou uma exce\u00e7\u00e3o, pois exijo meus direitos (atendimento priorit\u00e1rio e assentos preferenciais). Mas o que vejo, nos \u00f4nibus, \u00e9 que os velhos ficam em p\u00e9 e os jovens ficam sentados, usando o celular, e n\u00e3o cedem lugar”.<\/p>\n\n\n\n Segundo a ONU, em 2050 o n\u00famero de pessoas com 60 anos ou mais vivendo na Am\u00e9rica Latina e Caribe deve chegar a 200 milh\u00f5es, o que representa 26% da popula\u00e7\u00e3o. Atualmente, s\u00e3o 73,5 milh\u00f5es de idosos na regi\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n