A candidata a governadora da Bahia Lídice da Mata (PSB) defendeu Marina Silva dos ataques que vem recebendo de adversários por mero preconceito religioso, os quais atribuem à candidata do PSB à Presidência da República posições no debate de temas como as drogas e a homossexualidade que, na verdade, ela não tem.
“Nenhum outro programa de governo tem uma posição tão avançada na questão da homossexualidade no Brasil quanto o de Marina”, afirmou Lídice, ao ser sabatinada nesta segunda-feira (8) por um grupo de jornalistas no projeto Vota Bahia, realizado conjuntamente pelo jornal A Tarde, TV Aratue Rádio Metrópole, com transmissão por esses dois últimos veículos.
“Criam uma imagem pelas definições religiosas de Marina para tentar isolá-la num canto de parede, como se ela fosse uma pessoa absolutamente reativa aos progressos que ocorrem na sociedade, o que é mentira. A posição de Marina nestes temas não é atrasada, é uma posição que se baseou na formação de um conjunto, do programa do partido. Dos outros, ninguém sabe, porque ninguém nunca ouviu, nem Aécio nem Dilma falar sobre isso”, disse Lídice, destacando que o programa do PSB assegura que não haverá regressão no que já foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que reconhece o casamento de pessoas do mesmo sexo.
Na entrevista, a candidata a governadora destacou ainda que são as próprias igrejas católica e evangélicas que, na prática, praticam uma política de prevenção às drogas baseada no tratamento dos usuários e não na repressão policial.
“A discussão do tratamento das questões das drogas vistas principalmente sob o ângulo da saúde pública, do cuidado com as pessoas, do acolhimento aos usuários das drogas, isso é hoje uma política das igrejas cristãs católicas e evangélicas, que têm debatido essa postura, muito mais distante de uma postura condenatória e muito mais próxima de uma postura de acolhimento junto com os governos”, afirmou.
Crescimento – Para Lídice, o apelo popular dos comícios realizados em Brumado e Vitória da Conquista, no último sábado (6), com Marina Silva, são a prova de que a campanha aqui no Estado também deverá ser influenciada pelo fenômeno de crescimento da candidata do PSB a presidente na reta final.
“Estou reencontrando a política, na Bahia e no Brasil, nesta eleição. Eu estava achando que estávamos, na Bahia, na falência da política no processo eleitoral. Em Brumado foi uma coisa que eu nunca vi acontecer. Em Conquista também foi algo muito forte. Nossos comícios foram densos, de debate político, coisa que ultimamente, nos últimos 10 anos, não estava vendo mais acontecer”, disse.
Ela avaliou que a tendência é de o eleitorado baiano, ao eleger Marina Silva, identifique em sua candidatura a possibilidade de mudança que o PSB representa nacionalmente. “Não dá para imaginar que uma política tradicional e conservadora como a do DEM possa representar para o eleitor alguma relação do que significa uma nova política. Nós somos a nova política na Bahia porque achamos que se esgotou essa história do debate e da luta política entre o DEM e o PT”, afirmou
Petrobras – Indagada sobre as novas denúncias de corrupção na Petrobrás, decorrentes de suposto depoimento do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa ao Ministério Público Federal, num processo de delação premiada, Lídice destacou que nenhum membro do PSB está entre os citados. Ela lamentou, todavia, a tentativa de colocar o nome de Eduardo Campos, morto em acidente aéreo, entre os envolvidos.
“Ele foi um defensor intransigente da CPI da Petrobras. Eu estava de licença e ele me pediu pessoalmente para que eu assinasse o pedido de criação da CPI. Ele nada tinha a temer de uma CPI da Petrobrás. O que assistimos, infelizmente, é a tentativa de achar que manchando a imagem de Eduardo, possam atingir Marina, mas isso não acontecerá”, completou.
Para Lídice, esta nova descoberta de esquemas na Petrobrás tende a fortalecer o nome de Marina. “Há uma crise institucional no país advinda deste tipo de corrupção que chega ao cidadão comum como algo inaceitável. Por isso a candidatura de Marina vai crescendo, porque ela representa uma nova política, de combate à corrupção”, disse. “É uma liderança tranquila, uma liderança consciente, que se contrapõe ao modelo atual com uma firmeza de uma mulher frágil do ponto de vista físico, mas com firmeza de ideias que é tão mobilizadora, tão capaz”, completou.
08.09.2014