A 5ª Conferência Nacional da Cidades precisa ouvir a voz das multidões que foram às ruas expressar sua insatisfação nas manifestações de junho. A mensagem foi levada pela senadora Lídice da Mata aos 1.500 representantes dos 417 municípios baianos que estiveram reunidos para a 5ª Conferência Estadual das Cidades, no Centro de Convenções, em Salvador.
O encontro realizado entre os dias 6 e 8 de agosto, em Salvador, reuniu mais de 1.500 representantes dos 417 municípios baianos, dos quais 98 irão representar o Estado na Conferência Nacional das Cidades, novembro, em Brasília.
“Os 1.500 participantes desta Conferência aqui reunidos chegarão até Brasília por meio de seus 98 delegados darão um grito pelas cidades brasileiras. Um grito que antes de nós já foi dado pela juventude do Brasil quando reivindicou mobilidade urbana e transporte coletivo acessível, quando exigiu prioridade para a saúde e educação pública de qualidade para a maioria do nosso povo”, declarou Lídice.
“Nós não vamos construir essa cidade que desejamos sem o controle social e esse é um ponto fulcral de nossa democracia, construída à custa de muita luta, de perda de vidas humanas. Precisamos de leis claras, que obriguem a maioria dos prefeitos a compreender que a administrar a cidade em nome do povo não pode ser feita sem a participação do povo”, destacou. Lídice lembrou que durante sua experiência como prefeita de Salvador, foi a responsável pela criação de vários conselhos municipais, como o de Transporte, que propôs inclusive o debate público das tarifas de ônibus.
“Mas quando saímos da prefeitura houve uma clara reversão deste processo participativo, com a desativação da maioria esmagadora dos conselhos e somente restaram funcionado aqueles cuja existência eram uma obrigação legal”.
Lídice pontuou que 75% dos mais de 5 mil municípios brasileiros possuem menos de 50 mil habitantes e que neles se expressam as mesmas dicotomias que as grandes cidades se desenvolvem com a desvantagem de atravessar um momento de grande dificuldade de arrecadação.
“Não conseguimos viver nas grandes cidades com carros geralmente dirigidos por uma pessoa ocupando todo espaço das vias, enquanto o transporte público continua ruim. Nas cidades do interior, as motos vão substituindo os cavalos e assim a gente continua sem tratar do transporte coletivo tanto nas grandes quanto nas pequenas cidades do país”, comparou.
Para Lídice, o tema da Conferência – Quem Muda a Cidade Somos Nós: Reforma Urbana Já – encerra um verdadeiro clamor popular. “Reforma urbana pra que? Pra melhor a qualidade de vida de nosso povo, reforma urbana pra quem? Pra maioria do nosso povo, que não pode continuar sem essas reformas que lhes garantam o direito a essa cidade que é o direito de todos nós”, completou.
A senadora finalizou sua participação na Conferência Estadual das Cidades colocando-se à disposição para repercutir e defendidas no Congresso as propostas da delegação baiana. “Nós precisamos do fortalecimento das nossa cidades como expressão maior, como ente federativo onde as pessoas vivem, convivem e constroem o futuro de nosso país”.
Assessoria de Imprensa
09/08/2013