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“Fiquei impressionada com as transformações que pude assistir em Medellin, notadamente de como o investimento em educação tem repercutido na inclusão social e na segurança pública. Isso só fez aumentar minha convicção de que o remédio estrutural de curto, médio e longo prazo contra a desigualdade social se dá por meio da educação”. A declaração é da senadora Lídice da Mata (PSB-BA) que esteve em Medellin, na Colômbia, juntamente com o senador Inácio Arruda (PCdoB), representando o Senado no 7º Fórum Urbano Mundial.

 

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De acordo com a senadora, a educação pode ser o motor da transformação social que estados, municípios e o País precisam para combater a pobreza, a violência e o desemprego. Uma das iniciativas de revolução educacional passa pela Escola de Tempo Integral, em que alunos entram pela manhã e saem à tarde. Essas escolas, na avaliação da parlamentar, precisam ser administradas profissionalmente, e ter, além da coordenação pedagógica, ações de assistência à saúde, programas de cultura, artes e esportes.

 

Outro eixo fundamental na educação, segundo Lídice da Mata, é a alfabetização de qualidade na idade certa para reduzir a desigualdade social e a desvantagem que crianças de famílias de mais baixa renda têm em relação às crianças das classes média e alta, que começam a se alfabetizar até com quatro ou cinco anos de idade. “Defendo, e essa é uma bandeira do PSB, que se tenha um Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa, em parceria com as Prefeituras”, declara.

 

Para Lídice, se não for feita uma revolução na educação e pela educação não será possível elevar os índices educacionais de estados e municípios. Ela cita como exemplo a Bahia e avalia que o atraso social se comprova pelo fato do Estado ter maior aplicação orçamentária do dispositivo constitucional, com 26% do orçamento em educação, mas que, no entanto, mantém a segunda pior renda per capita educacional do País. “Quando dividimos o orçamento da educação pelo número de alunos, estamos entre os piores do Brasil”, afirma.

 

Exemplo – Em Medellin, Lídice cita também outra iniciativa bem sucedida: a de bibliotecas públicas como instrumento de inclusão social e combate à violência: “Cinco bibliotecas parque foram construídas em comunidades diversas e integram uma rede de 30 bibliotecas públicas que formam verdadeiros centros culturais com oficinas profissionais e de artes”, informa. Medellin é também uma cidade universitária, com mais de 130 mil estudantes do ensino superior em 35 universidades, entre instituições públicas e privadas. A cidade é sede do Departamento de Antioquia, um dos 32 do País, que é dividido em departamentos. “Lá a gente percebe que a educação é motivo de orgulho”, diz.

 

Segurança – Outro aspecto que chamou a atenção da senadora durante a visita é que na Colômbia existe uma única polícia, de caráter nacional. “Os patrulheiros são formados na Academia Nacional de Polícia e, depois, se especializam por área. Lá o policiamento é feito em duplas, que percorrem espaços denominados ‘quadrantes’, delimitados de acordo com a ocorrência e frequência dos crimes. Os patrulheiros trabalham em média dois anos na mesma localidade e se apresentam de casa em casa, fornecendo seus nomes e telefones para a comunidade”, conta a senadora que soube, durante a visita, que nos últimos anos houve uma redução de 19% na taxa nacional de homicídios e de 40% em Medellin.

 

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Transporte – O sistema de transporte da cidade colombiana também chamou a atenção da parlamentar. Ele se baseia fundamentalmente no conceito de intermodalidade, com articulação dos sistemas BRT (similar, no Brasil, ao de Curitiba), com o metrô de seis composições e ônibus pequenos que alimentam todo o sistema. “Além disso, em Medellin eles ampliaram os serviços de transporte para as áreas de difícil acesso com bondes que conseguem transportar até 30 mil passageiros diariamente”, comenta.

 

Sustentabilidade – Durante o Fórum Urbano Mundial da ONU-Habitat, Lídice destaca que teve a oportunidade de ouvir especialistas discutindo sobre a crescente desigualdade nos centros urbanos. “É nosso dever garantir que essas diferenças não sejam a regra, de modo que a população possa gozar plenamente do direito de ir e vir. Foi uma ótima oportunidade para examinar os desafios que o mundo enfrenta – e também o Brasil – em relação à ocupação humana, como a rápida urbanização e seu impacto sobre as cidades, comunidades, economias, mudanças climáticas e políticas, com foco na sustentabilidade”, disse Lídice.
O Fórum – O 7º Fórum Urbano Mundial foi realizado de 5 a 11 de abril, na cidade de Medellín, na Colômbia, escolhida por ser considerada um exemplo internacional em transformações urbanas, por meio de práticas de urbanismo social. A cidade conseguiu atender suas comunidades mais vulneráveis, com soluções para mobilidade acessível, um governo mais inclusivo e educação de qualidade, além de recuperar espaços públicos e áreas verdes.

 

O evento, organizado pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), é a principal conferência global sobre questões urbanas. Este ano, o tema escolhido foi “Patrimônio Urbano em Desenvolvimento – Cidades para a Vida”, como oportunidade para os mais de 25 mil participantes de 164 países debaterem a situação atual das cidades, liderar esforços na disseminação do desenvolvimento urbano sustentável e equitativo, além de cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), acordados pelos países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU).

 

Estiveram presentes representantes governamentais, parlamentares, organizações da sociedade civil, universidades, setor privado, imprensa, agências das Nações Unidas e outras organizações internacionais. Foram convidados 140 especialistas internacionais, de mais de 100 instituições, que participaram de cerca de 500 eventos durante o Fórum, voltados à apresentação de soluções para os desafios que as cidades enfrentam.

 

Leia também: Senadores debatem políticas de desenvolvimento em Fórum Mundial Urbano na Colômbia

Assessoria de Comunicação, 11/04/2014

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