Lídice agradece união de esforços para salvar museu

A senadora Lídice da Mata agradeceu o empenho da ministra Marta Suplicy e do governador Jaques Wagner, que em audiência realizada nesta quinta-feira, 18, assumiram o compromisso de trabalhar juntos para tornar o Museu Nacional de Cultura Afro-Brasileira (Muncab) o primeiro museu federativo da Bahia.

“Existe a vontade e a sensibilidade do Ministério da Cultura e do Governo do Estado em relação à necessidade de federalização do Muncab, mas somente isso não é suficiente. É preciso de um projeto de lei do executivo, é preciso incluir no orçamento e é preciso que a área de planejamento do Governo Federal e a própria Presidência da República sejam convencidos desta necessidade. Mas sem dúvida a presença da Ministra Marta Suplicy e o apoio que ela está mobilizando juntamente com o governador Jaques Wagner são passos significativos para esta conquista”, declarou Lídice.

A ministra visitou a sede do Muncab, no antigo prédio do Tesouro, no Centro Histórico de Salvador, atendendo a convite feito pela senadora Lídice da Mata em audiência pública realizada em abril, na Comissão de Educação e Cultura do Senado. Ela foi ciceroneada pelo poeta e compositor José Carlos Capinan, presidente da Associação dos Amigos da Cultura Afro-Brasileiro (Amafro), entidade mantenedora do Muncab.

Depois de conhecer parte do acervo de 300 peças do museu, Marta, Lídice, Wagner e Capinan reuniram-se para definir a estratégia de ação para transferir a gestão do Muncab ao Governo Federal. Também participaram da reunião o presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), Hilton Cobra, o presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Ângelo Oswaldo, a deputada federal Alice Portugal e o secretário de Cultura do Estado, Albino Rubim.

Ficou definido que o Governo do Estado e o Ibram irão amparar a Amafro na regularização de pendências jurídicas até que o Muncab esteja em condições de ter o pleito atendido. “Ficamos bastante sensibilizados coma  questão do Muncab e vamos tentar resolvê-la. Acredito que estamos no caminho da federalização deste museu e creio que daremos um passo muito importante com o  Estado assumindo a arrumação da casa”, destacou Marta.

A ministra destacou a importância de ter um museu que conta a história do negro e conseqüente, do Brasil. “Nosso país precisa muito de lugares como este, que trata de uma raiz fundamental para a nossa história. O acervo encontrado aqui tem grande relevância, relata a importância do negro no processo civilizatório do brasileiro.”

Da sede do Muncab, Marta, Wagner e Lídice dirigiram-se ao Palácio Rio Branco, também no Centro Histórico, para o lançamento nacional da segunda edição do Edital Núcleo de Formação de Agente de Cultura da Juventude Negra (NUFAC-2013). A iniciativa do Ministério da Cultura, por meio da Fundação Palmares prevê investimento de R$ 4 milhões para a qualificação profissional de 1.200 jovens negros e negras em todo Brasil.

Compuseram a mesa ainda o presidente da Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra, o vice-reitor da UFRB, Silvio Luiz Soglia, e o secretário da Promoção da Igualdade Racial, Elias Sampaio.

Com recursos do Fundo Nacional de Cultura (FNC), o Edital destinará a cada Núcleo o orçamento necessário para custear as despesas com 120 jovens. Cada aluno receberá também uma Bolsa Incentivo que poderá ter a duração de até 10 (dez) meses, dependendo do período de duração do curso.

Marta reafirmou sua preocupação com a promoção da cultura negra, lembrando que sob a sua gestão como prefeita de São Paulo que seu estado ganhou o primeiro museu a ela dedicado, no Parque do Ibirapuera, com obras do artista baiano Emanoel Araújo.

“Até o final do mandato quero colocar em pé o projeto de contar a história da contribuição do negro para a civilização brasileira. Uma história que ainda não foi contada, e que será contada não só com objetos, mas com os depoimentos dos sobreviventes que a Fundação Palmares começou a coletar junto à população quilombola. Queremos usar a tecnologia, contar da forma mais moderna uma história que não está nos livros de história”, finalizou a ministra.