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Em pronunciamento no plenário na segunda-feira (13/5), a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) lembrou o aniversário da Lei Áurea, assinada em 13 de maio de 1888, acrescentando que os negros têm outra data importante: o 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, que marca a morte de Zumbi dos Palmares (1695), considerado um mártir da luta contra a escravidão. Para a senadora, ambas as datas são importantes para a conscientização crescente da população negra do Brasil.

 

Lídice apontou o pronunciamento do senador Roberto Requião (PMDB-PR), que antes discursou questionando o fim da escravidão, como um de seus mais “contundentes e brilhantes” discursos. A senadora elogiou a publicação de um encarte especial no Jornal do Senado, com a reprodução da edição de 14 de maio de 1888, cuja manchete era “Assinada a Lei Áurea”. O encarte também traz o fac-símile da lei de libertação dos escravos, assinada pela princesa Isabel.

 

Plenário do SenadoLídice leu trechos de uma matéria com depoimento do senador baiano Souza Dantas, em que ele afirmava que a escravidão “marcará no Brasil uma época de miséria, de sofrimentos e de penúria”. Souza Dantas disse ainda,  na matéria, que “o desaparecimento de 600 mil criaturas escravas, em vez de produzir nossa ruína, tornará o Brasil mais próspero, graças ao trabalho livre”. Lídice ainda sugeriu que a publicação seja enviada para cada biblioteca publica do País, para viabilizar o acesso a um documento que retrata uma parte importante da história do Brasil. “O significado da presente data nos impõe uma reflexão”, disse.

 

A senadora citou o escritor Machado de Assis, que no conto “Pai contra Mãe” retrata o horror da escravidão fazendo referência a correntes que prendiam os pés e o pescoço e a máscaras de ferro que cobriam o rosto dos escravos. Para Lídice, a advertência machadiana nos alerta a cuidar “das nossas máscaras”. Ela afirmou que práticas corriqueiras da época da escravidão ainda podem ser encontradas na sociedade brasileira, dando como exemplo a violência e a tortura policial, que, em geral, têm como vítima os pobres e os afrodescendentes.

 

A senadora ainda elogiou a política de cotas com base em critérios raciais e disse que “todos somos mestiços e negros”, apesar de o preconceito ainda existir no Brasil. “O Brasil caminha para diminuir as diferenças e construir uma sociedade mais igualitária”, afirmou.

 

Coronel Ustra – A senadora criticou a postura do coronel Carlos Ustra em depoimento à Comissão da Verdade, na última sexta-feira (10/5). Entre 1970 e 1974, Ustra foi comandante do DOI-Codi, que era o maior órgão de repressão aos grupos de esquerda contrários à ditadura militar (1964-1985). “As palavras do coronel chocaram a consciência democrática de nosso povo”, afirmou.

 

Ustra, lembrou a senadora, afirmou que estava “lutando contra o comunismo e a favor da democracia, para que o Brasil não virasse um Cubão”. Ele ainda negou torturas e mortes e disse que a presidente Dilma Rousseff era terrorista. A senadora lamentou o depoimento do coronel, a quem qualificou como arrogante e manifestou total solidariedade à presidente Dilma.

 

Agência Câmara 

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