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Foi instalada na quarta-feira (21/6) a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional. Formado por 19 senadores e 201 deputados, o grupo tem como presidente o senador Roberto Requião (PMDB-PR) e como vice-presidente a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) integra a Frente, juntamente com as senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR), Fátima Bezerra (PT-RN) e Regina Souza (PT-PI). Também integram o grupo os senadores Paulo Paim (PT-RS),  Humberto Costa (PT-PE), José Pimentel (PT-CE), Lindbergh Farias (PT-RJ), Paulo Rocha (PT-PA), Armando Monteiro (PTB-PE), Elmano Férrer (PMDB-PI), Hélio José (PMDB-DF), Jorge Viana (PT-AC), Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Romero Jucá (PMDB-RR) e Wellington Fagundes (PR-MT).

A frente terá oito eixos de ação: defender a exploração eficiente dos recursos naturais, entre eles o petróleo; garantir uma infraestrutura capaz de promover o desenvolvimento do País; fortalecer a agricultura nas exportações, mas também na alimentação dos brasileiros; estimular o crédito e o capital produtivo nacional; defender o emprego e o salário; garantir um sistema tributário mais justo; consolidar as Forças Armadas na defesa da soberania; e assegurar uma política externa independente.

Durante a instalação, o presidente da Frente, senador Roberto Requião disse que o governo do presidente Michel Temer ameaça a soberania nacional: “O que nós estamos vendo no Brasil é um projeto entreguista, para acabar com qualquer visão consistente de soberania nacional. Um governo que está entregando a Petrobras para grupos estrangeiros, que quer privatizar a água e vender o solo sem limites para especuladores num momento de recessão”, afirmou.

Durante o lançamento da Frente, os ex-ministros Luiz Carlos Bresser Pereira (Fazenda) e Celso Amorim (Relações Exteriores) apresentaram o Projeto Nação Brasil. A iniciativa reúne intelectuais que divulgaram na internet um manifesto com medidas econômicas para a retomada do crescimento. Entre elas, a responsabilidade fiscal; a queda da taxa de juros; o reajuste dos salários de acordo com o lucro das empresas; a distribuição de renda; e o controle do câmbio.

O ex-ministro Celso Amorim questionou a Emenda Constitucional 95, que impõe um teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos. A medida foi proposta na gestão do presidente Michel Temer: “O que há no Brasil não é nem uma política neoliberal. É um vendaval neoliberal. Eu nunca vi em lugar nenhum do mundo o congelamento por vinte anos das despesas públicas por emenda constitucional. Nem nos países mais defensores do neoliberalismo uma coisa dessas acontece. É gritantemente contra a soberania nacional”, disse Amorim.

Já o diplomata Samuel Pinheiro Guimarães, ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, também participou do lançamento da frente e, para ele, a soberania do País “está em grave risco”. O diplomata criticou a gestão do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. “Esse programa econômico do senhor Meirelles está sendo imposto ao povo brasileiro de forma ilegal e ilegítima, por processos parlamentares equivocados. E esse programa imposto é algo que saiu das urnas? Não. Ele cumpre o Consenso de Washington, em todos os seus itens, e cumpre também o programa do Fundo Monetário Internacional”, disse.

Para a senadora Vanessa Grazziotin, a Frente em Defesa da Soberania Nacional é “a mãe” de todos os grupos parlamentares em funcionamento no Congresso. Ela disse que as reformas trabalhista e previdenciária, em tramitação no Congresso, representam uma ameaça à soberania. “A primeira grande tarefa é barrar essa reforma trabalhista. Nem tudo está perdido. Muitas vezes as coisas são difíceis, mas nada é impossível”, afirmou Vanessa.

Com informações da Agência Senado