Skip to main content

FachadaCeplac

No dia 20 de fevereiro, a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira – Ceplac, comemora 60 anos de atividades e, em discurso proferido na tribuna do Senado, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) lembrou a data, elogiando o trabalho da instituição para incentivar e ajudar a desenvolver o setor cacaueiro.

Criada em 1957 – e com uma das unidades sediadas em Ilhéus -, a Ceplac entretanto, perdeu, no ano passado, sua autonomia e se tornou um departamento subordinado à Secretaria Executiva do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e hoje passa por um processo de sucateamento avançado, como lamentou a senadora baiana.

Para Lídice, a importância da Ceplac para o setor agrícola está no fato de que ela transcende outras instituições rurais, pois suas ações aliam pesquisa, extensão, ensino, capacitação e apoio ao desenvolvimento da cadeira produtiva do cacau. “É preciso hoje, com sua revitalização, criar as oportunidades para incentivar os produtores da commodity cacau – melhoria da competitividade, fortalecimento da defesa sanitária e ampliação do mercado interno”, ressaltou.

Lídice assinalou que, nesses 60 anos, o mundo mudou muito, avançaram os processos que dão suporte às pesquisas e ao desenvolvimento de novas tecnologias e completou: “precisamos de uma Ceplac que possa atender à essas necessidades, com mais incremento na área de tecnologia da informação, com tecnologias para acelerar o atendimento dos produtores e o desenvolvimento de pesquisas. Para isso, também é preciso um reforço no quadro de funcionários que se encontra quase extinto”, disse.

A Bahia é responsável por 60% da produção brasileira de cacau (146 mil toneladas), com perspectivas alentadoras na fabricação de chocolates, inclusive da linha gourmet. Já o Estado do Pará figura como segundo maior produtor do País, com 109 mil toneladas de produção. Estima-se que os resultados da cultura do cacau, com geração de emprego e renda, envolvam mais de 5 milhões de pessoas, além de 76 mil produtores, em 223 municípios de seis estados, e que a produção possa alcançar 250 mil toneladas até 2022.

Com base nesses dados, a senadora baiana afirmou que o Brasil tem todas as condições para voltar a ser um grande exportador de cacau, mesmo tendo enfrentado problemas como a vassoura de bruxa, a falta de financiamento e de condições de infraestrutura para o setor e a renegociação das dívidas dos produtores, além da redefinição da questão aduaneira do drawback, que há muito tempo prejudica a produção e a exportação de cacau do País. Ela acrescentou que também há necessidade de remodelar o regulamento do Fundo Geral do Cacau (Fungecau), condição para revitalizar o financiamento do setor.

Lídice é autora do Projeto de Lei 93, de 2015, que estabelece o percentual mínimo de cacau nos chocolates e torna obrigatória a informação do percentual total de cacau nos rótulos desses produtos. “Este projeto pretende incentivar a maior utilização do cacau na produção de chocolate e nos derivados de cacau, de forma a contribuir para a melhoria da qualidade desses produtos”, esclareceu. A parlamentar baiana também revelou que pretende incluir no projeto a definição para “níbs”, que é o componente vegetal da amêndoa de cacau, em benefício da qualidade final do produto; e simplificar definições para excluir elementos do processo de produção. “Também iremos aperfeiçoar a informação sobre a presença de outras gorduras vegetais, além da manteiga de cacau, nos rótulos dos chocolates” completou.

Reveja a íntegra do pronunciamento:

Assessoria (15/02/2017)