Acadêmicos, representantes de terreiros e de instituições ligadas à cultura afro-baiana estiveram reunidos na tarde desta quinta-feira (2/8), para sessão especial na Assembleia Legislativa da Bahia, em homenagem à Cultura Ancestral na Identidade Baiana, proposta pelo deputado Rosemberg Pinto.
“Parabéns deputado Rosemberg por quebrar mais este tabu e aprovar esta sessão especialíssima, reunindo todo povo de santo presente neste ato de resistência contra o preconceito. Fui a primeira deputada a conceder título de cidadão baiano a um pai-de-santo, e sei bem a polêmica que representa usar o espaço da elite branca do parlamento para reverenciar o candomblé”, declarou a senadora Lídice da Mata.
A parlamentar lembrou que, à época, era líder da minoria e só conseguiu aprovar o título de cidadão baiano a Tata Anselmo em uma circunstância especialíssima dentro da Assembleia. “Nunca vi nenhum tipo de dificuldade para se aprovar qualquer homenagem nesta casa para qualquer religião, exceto o Candomblé, que sempre causou enorme polêmica”, testemunhou.
Além de Lídice e Rosemberg, a mesa foi composta pelo filosófo e professor Marco Aurélio Luz; os secretários estaduais Elias Sampaio (Promoção da Igualdade) e Almiro Sena (Justiça e Direitos Humanos), e o secretário municipal de Salvador Ailton Ferreira (Promoção da Igualdade); o deputado federal Luiz Alberto; o vereador Moisés Rocha; Mãe Nice, da Casa Branca; Major Peixinho; representante do Ministério da Cultura, Nairobi Aguiar e Arani Santana, da Secult.
O evento contou com a participação do Afoxé Filhos de Ghandi, e do Ilê Ayiê, entre outros movimentos culturais.
“Berço da nacionalidade brasileira, a Bahia preserva as raízes de matriz africana por meio da cultura ancestral. O culto se perpetua graças à resistência e persistência de homens e mulheres que mantiveram sua religiosidade, apesar de todas as perseguições”, destacou Rosemberg.
Lídice lembrou ainda do centenário de nascimento de Jorge Amado que, no Senado, será comemorado na próxima segunda-feira, 6 de agosto, e citou que o escritor revelou para o mundo a influência da religião africana na sociedade brasileira. “Jorge Amado foi o primeiro a tratar, de forma especial , e universalizar este conteúdo de respeito à cultura africana no Brasil, retratando o povo negro trabalhador, as lavadeiras, operários e portuários”.
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[nggallery id=29]Assessoria de Imprensa, 03/08/2012