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Jornal do Senado

A ausência de uma postura ambientalmente mais avançada no documento que será discutido pelos chefes de Estado e de governo não é vista pela maioria dos senadores como sinal de que a Rio+20 seja um fracasso.

— Não sairemos daqui com soluções mágicas — afirmou Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), para quem não haverá derrota nem vitória na conferência.

O senador reconhece que o evento não está alcançando grande repercussão internacional, mas acredita no processo de transformação, que começa com a divulgação de informações sobre o desenvolvimento sustentável e segue com os países procurando soluções conjuntas.

Presidente da República durante a Eco-92, realizada pela ONU, também no Rio, Fernando Collor (PTB-AL)  afirmou que, na sua experiência, documentos finais deste tipo de conferência “ficam sempre para a undécima hora”.

— No finalzinho do finalzinho do finalzinho é que as coisas são decididas.

Jorge Viana (PT-AC) disse que prefere “apostar na ousadia”. Segundo ele, sem uma mudança no padrão de produção e consumo, o mundo terá “seriíssimos problemas” em poucos anos.

Viana defendeu o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e uma alternativa para o produto interno bruto (PIB) como medida de riqueza das nações. Para ele, é preciso um sucessor do PIB, para que o mundo se torne sustentável e “tenha agenda socioambiental bem posicionada”.

Lídice da Mata (PSB-BA) assinalou a necessidade de a Rio+20 ter um consenso nas questões centrais e elogiou a posição brasileira de pressionar os países mais desenvolvidos para adotarem uma política de investimento visando à proteção ambiental.

A senadora disse que o Brasil deve reduzir o consumo de energia e aumentar a utilização de produtos reciclados, para mostrar às outras nações que é possível ter uma economia ainda mais sustentável.

O relator da Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas (CMMC), Sérgio Souza (PMDB-PR), disse que a própria realização da conferência, com o comparecimento de mais de 120 chefes de Estado e de governo, já significa um sucesso.

Segundo ele, nas convenções sobre o clima, nem sempre há consenso, mas os países participantes, independentemente do número de signatários do documento final, começam a aplicar as sugestões.

Para Inácio Arruda (PCdoB-CE), haverá um avanço, seja qual for o resultado da conferência. O senador disse que o desenvolvimento sustentável passa pela melhoria da renda das pessoas e do ambiente de trabalho, o que irá diminuir a degradação social e ambiental produzida pelo capitalismo.Inácio afirmou ainda que o debate sobre meio ambiente não pode ser posto como impedimento ao desenvolvimento dos países.

Vanessa Grazziotin (PCdoB–AM) avaliou que as decisões importantes ficarão para depois. Mas destacou avanços obtidos em eventos paralelos à Rio+20, como o documento final da Cúpula Mundial dos Legisladores, para ela, “extremamente correto, justo e progressista”.

Entre os caminhos apontados pelo texto, ela mencionou o pedido de reconhe­cimento da ONU sobre a importância do legislativo para o desenvolvimento sustentável e a realização da cúpula a cada dois anos.

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