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Em pronunciamento no Plenário nesta quinta-feira (5/7), a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) criticou o rito sumário do Congresso do Paraguai, que terminou com o impeachment do presidente Fernando Lugo. A senadora chamou a atenção para o fato de que houve apenas duas horas de defesa contra acusações “vagas e imprecisas”.

– Como poderia nossa nação se calar, quando houve um golpe de Estado [no Paraguai]? – indagou a senadora.

Lídice da Mata disse que o que aconteceu no país vizinho não a surpreende, diante do histórico de posturas conservadoras, como o domínio do Partido Colorado e a ditadura que marcam a história recente do país.

“O pretexto evocado para o golpe”, disse a senadora, foi o confronto entre camponeses e policiais, que resultou em feridos e mortos. No entanto, lembrou, fato semelhante ocorreu no Brasil, quando 19 agricultores morreram em um confronto com policiais em Eldorado dos Carajás (PA), em 1996, sem que houvesse ameaça à democracia.

Na opinião de Lídice da Mata, o crescimento econômico do Brasil deve vir acompanhado da ampliação da consciência social e da responsabilidade do país diante da comunidade internacional. Para ela, os interesses do Brasil no Paraguai não se resumem aos “brasiguaios”, como são chamados os brasileiros que cultivam terras paraguaias, que já manifestaram apoio a Frederico Franco, que assumiu o poder com a saída de Lugo.

Mercosul – Lídice elogiou a atuação da diplomacia do Brasil – que criticou o processo de impeachment do Paraguai – e defendeu o ingresso da Venezuela no Mercosul. A senadora chamou a atenção para o fato de que “os mesmos que aplaudem o golpe no Paraguai criticam o governo venezuelano”, que, afirmou, “tem legitimidade nas urnas e na lei”.

Lídice ressaltou que, mesmo criticando o golpe, o Brasil não defendeu a exclusão do Paraguai do Mercosul.

– Defendemos um Mercosul forte e competitivo – disse a senadora, acrescentando que o fortalecimento do bloco pode contrariar interesses econômicos de outros blocos comerciais.

Agência Senado

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