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As regiões mais pobres do Brasil são as que apresentam a maior concentração de rotas de tráfico de pessoas. O Norte tem a maior concentração de rotas (76), seguido do Nordeste (69), do Sudeste (35), do Centro-Oeste (33) e do Sul (28).

As informações constam da Pesquisa sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para Fins de Exploração Sexual Comercial no Brasil, da ONU, e foram citadas pelo presidente da Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos, Hélio Bicudo.

Ele participou ontem de uma reunião da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga o tráfico de pessoas.

A pesquisa identificou 241 rotas de tráfico — 110 relacionadas com o tráfico interno (intermunicipal e interestadual) e 131 com o tráfico internacional. “As rotas dirigidas a outros países visam sobretudo o tráfico de mulheres adultas. As rotas domésticas têm como foco principal meninas adolescentes”, explicou Bicudo.

Segundo ele, os traficantes raramente são apanhados porque, para isso, teriam que ser flagrados viajando com a pessoa (traficando). Muitas das vítimas são levadas pelos próprios parentes.

A presidente da CPI do Tráfico de Pessoas, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), defendeu a criação de uma legislação específica para combater o problema. “Não basta tratar do tráfico de pessoas no Código Penal porque seria como se admitíssemos que o correto no enfrentamento seria apenas penalizar as pessoas que cometem o crime sem entender a necessidade de proteção das vítimas e da própria mudança cultural. Devemos apresentar a proposta de uma lei especifica”.

O relatório final da CPI deve ser apresentado em agosto, pela relatora, Lídice da Mata (PSB-BA).

Jornal do Senado

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