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A Procuradoria da Mulher do Senado promoveu na quarta-feira (5/12), com apoio da ONU Mulheres, homenagem às senadoras que terminam seus mandatos e saudação às recém-eleitas. Emocionada, a atual procuradora da Mulher, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), parabenizou as parlamentares e destacou o sucesso das que foram eleitas para os executivos estaduais. A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) foi a única governadora eleita no País, pelo Estado do Rio Grande do Norte, e a senadora Regina Sousa teve vitória no pleito como vice-governadora eleita no Piauí. “Para mim, é um momento de confraternização, uma oportunidade de darmos as boas vindas às novas senadoras eleitas e desejar boa sorte às que permanecem na Casa, já que apenas quatro das 13 atuais senadoras continuarão na Casa e nove deixarão o Senado — disse Vanessa.

 

Homenagens –  A senadora Lídice da Mata (PSB-BA), eleita deputada federal, foi uma das homenageadas e, emocionada, disse que foi uma honra ter lutado com a bancada feminina nos últimos oito anos e que o trabalho continua na Câmara. A senadora Rose de Freitas foi escolhida pelas senadoras que permanecem no Senado para entregar as placas de homenagem feitas pela Procuradoria da Mulher às parlamentares que deixam a Casa. “Nossa homenagem e reconhecimento pelo seu compromisso e dedicação no exercício do mandato em favor da valorização das mulheres e da nação brasileira” são os dizeres das placas de agraciamento recebidas pelas senadoras Lídice da Mata e também Regina Sousa, Ana Amélia, Lúcia Vânia, Vanessa Grazziotin, Marta Suplicy e Fátima Bezerra.

A senadora Vanessa Grazziotin recebeu a placa das mãos de Ana Carolina Querino, representante da ONU Mulheres. “É uma honra entregar essa placa, não só pela sua atuação parlamentar, mas também por estar à frente dessa bancada. Essa atuação simboliza os princípios da democracia paritária e de tudo o que a ONU Mulheres vem promovendo em relação à liderança e participação política das mulheres”, salientou. Vanessa Grazziotin recordou as lutas que desenvolveu e que a trouxeram para o Senado. “Comecei a militar aos 17 anos e desde então continuo no mesmo partido. A minha luta é contra a desigualdade. Viver em uma sociedade em que capital é o centro não é justo com as mulheres, as crianças e com a população mais pobre”, avaliou Vanessa. Fátima Bezerra também elogiou Vanessa: “Vanessa se tornou uma referência para as mulheres do Brasil na luta pela igualdade de direitos”.

 

A senadora Lúcia Vânia (PSB-GO) falou de seu histórico no Parlamento e salientou que um dos projetos que mais a gratificou foi relatar a Lei Maria da Penha. Uma das três deputadas federais que se elegeram para o Senado — ao lado de Eliziane Gama (PPS-MA) e Mara Gabrilli (PSDB-SP) —, Zenaide Maia (PHS-RN), relembrou a trajetória de ingresso na política, atuando como secretária de Saúde, e os anos de aprendizado ao lado das mulheres na Câmara dos Deputados.

 

Conquistas – Vanessa também ressaltou o desempenho das mulheres que disputaram cargos para a Câmara de Deputados: “Temos que comemorar o maior avanço político já alcançado. O salto de 77 deputadas eleitas na Câmara é muito simbólico”, afirmou. Para ela, a conquista de 30% do fundo para candidaturas de mulheres foi uma grande vitória da bancada feminina. Por isso, sugeriu que a ex-ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luciana Lóssio, seja indicada para receber o Diploma Bertha Lutz, pela parceria incansável na luta pela cota.

 

União – A senadora Ana Amélia (PP-RS), que conclui seu mandato em fevereiro do próximo ano, falou sobre a convivência de muito aprendizado no Senado e afirmou que, apesar das divergências políticas, as deputadas e senadoras estiveram unidas em muitas pautas, respeitando-se mutuamente, o que considera uma “riqueza da democracia”. Ao lembrar que o mapa da ONU  divulgado pela Procuradoria da Mulher foi revelador ao mostrar a baixa presença feminina na política, Ana Amélia, que disputou o cargo de vice-presidente da República nas eleições deste ano, destacou a eleição da senadora Fátima Bezerra para governar o Rio Grande do Norte. Segundo a parlamentar, a vitória deve ser celebrada, mas  também é motivo para reflexão. Ela foi a única mulher eleita para o governo de um Estado neste ano. Uma das sete mulheres eleitas como vice-governadoras, a senadora Regina Sousa (PT-PI) agradeceu a homenagem e disse que deixa o Senado, mas continua a luta pelas mulheres no seu Estado. Rose de Freitas (Pode-ES) elogiou a atuação de Regina, destacando a capacidade de diálogo com o povo.

 

Dificuldades – Despedindo-se do Parlamento, sem ter disputado as últimas eleições, a senadora Marta Suplicy (MDB-SP), presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), falou das dificuldades enfrentadas pela bancada feminina para aprovar projetos de interesses das mulheres. “Você olha para o Plenário e a palavra vai quase sempre para os homens”, disse. Marta destacou que o Poder Judiciário desempenhou um papel importante sobre temas que não foram aprovados pelo Legislativo, como o casamento homoafetivo e o uso do nome social por transexuais e travestis. “Aqui temos que estar unidas. O Senado nunca avançou tanto como nesses últimos quatro anos. Apesar de dizerem por aí que elegemos uma casa machista, muitos homens eleitos são sensíveis à causa e podem ser nossos aliados”, comentou a senadora Simone Tebet (MDB-MS). A recém-eleita Eliziane Gama também defendeu ser importante ter uma bancada unificada.

 

Também participaram da confraternizaçaõ e das homenagens Ana Carolina Querino e Fernanda Papa, representantes da ONU Mulheres; Ilana Trombka, diretora-geral do Senado; Angela Brandão, diretora da Secretaria de Comunicação Social do Senado (Secom); Maria Terezinha Nunes, gestora do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça do Senado; Roberta Viegas, presidente do Comitê Permanente pela Promoção da Igualdade de Gênero e Raça do Senado; e Henrique Marques, coordenador do Observatório da Mulher contra a Violência.

 

Com informações da Assessoria de Imprensa da Procuradoria da Mulher do Senado

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