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Com informações da Liderança do PSB na Câmara

Assunto polêmico e recorrente nas discussões políticas da atualidade, as fake news e sua influência na democracia e na política nacional foram tema do bate-papo promovido, nesta quarta-feira (17), pela Fundação João Mangabeira (FJM) e que contou com a participação do líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ), e da deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News. O debate foi conduzido por Luciana Capiberibe, comunicadora da FJM, e por Fábio Maia, diretor de organização da instituição. 

Lídice destacou que o fenômeno das fake news é, segundo pesquisadores, o tema mais pesquisado no Google no Brasil. O brasileiro está interessado em saber o que é fake news e como ela se prolifera quando o País passa pela pandemia do coronavírus. “Durante a pandemia, essa crise sanitária tão grave que nós vivemos, todos os dias há postagens fraudulentas”, disse.

A parlamentar esclareceu que as fake news são notícias inventadas, mentirosas, que são disseminadas de maneira organizada na rede social por pessoas ou por meio de empresas que usam tecnologia de disseminação em massa com o uso, inclusive, de robôs.

Com relação a CPMI, Lídice lembrou que os trabalhos do colegiado foram suspensos, devido à pandemia, justamente no momento em que as investigações chegavam perto da família do presidente da República, Jair Bolsonaro. No entanto, a socialista fez questão de ressaltar que esse trabalho não se perdeu, até porque houve a instauração de inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal (STF), por mais que os objetivos sejam diferentes. “As pessoas que estão sendo investigadas são as mesmas pessoas que estavam no roteiro da investigação da Câmara dos Deputados. É um caminho de investigação que está chegando a um lugar em que todas as investigações levarão a isto”, acrescentou.

As eleições municipais de 2020 e o seu possível adiamento também foram abordados durante o debate. Neste sentido, o líder socialista Alessandro Molon revelou que o PSB propõe o adiamento dentro deste ano, para que não se prorrogue mandatos e não ocorra a eleição no momento que apenas a internet será utilizada como instrumento de campanha.

O líder socialista espera que o processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a chapa vencedora da eleição presidencial em 2018 avance. Ele acredita, também, que o Tribunal já tenha provas suficientes de que houve financiamento ilegal para a construção de uma rede de disseminação de mentiras para alterar o resultado do pleito.

Para Molon, houve um conjunto de fatores que influenciaram nas eleições de 2018, mas ele admitiu que as fake news também tiveram sua parcela de influência nos resultados. Como exemplo, ele citou o Estado do Rio de Janeiro, onde o atual governador conseguiu os votos necessários na última semana de campanha. “Houve outros fatores também que levaram a esse resultado. Não tenho dúvida, no entanto, de que houve uma influência no resultado eleitoral dessa rede de desinformação montada, que certamente angariou votos para o candidato vencedor”, afirmou.

Lídice ressaltou que não há uma “bala de prata” que mate as fake news. Para ela, há sim, uma série de medidas que poderão vir a coibir, diminuir, a educar a população para o uso das redes. “Nós temos que lutar para criar um ambiente de democracia nas redes e que, portanto, nos leve a uma convivência com os diferentes, mas, também, a paz.”

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