A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) disse na terça-feira (5/12), ao se referir à reforma da Previdência, que o presidente Michel Temer quer dar um malfadado presente de grego à população brasileira. Para Lídice, é um absurdo gastar R$ 72 milhões para fazer uma “propaganda ilegal” na televisão, sobretudo tentando convencer o trabalhador de uma mentira de que ele não será prejudicado.
A parlamentar baiana, também condenou a violência no campo e o crescimento do trabalho infantil no País. “Temos vivido diversos retrocessos em direitos humanos no Brasil e eu quero destacar mais dois deles: o primeiro diz respeito ao registro de pesquisa do IBGE sobre trabalho infantil no Brasil. De um total de 40,1 milhões de brasileiros e brasileiras entre cinco e 17 anos de idade, 1,8 milhão estão trabalhando, sendo 1 milhão em situação ilegal”. Destas crianças, 30 mil têm entre 5 e 9 anos e 160 mil entre 10 e 13 anos de idade. Para Lídice, estes fatos demonstram a falência da atual política de atenção à criança no Brasil: “É por isso que temos que denunciar e exigir objetivamente outra postura do governo federal na fiscalização e combate ao trabalho infantil”, afirmou a senadora.
A outra denúncia, segundo a senadora, refere-se à violência que tem afetado defensores dos direitos humanos no Brasil, principalmente nos temas relacionados ao trabalhador do campo, trabalhadores rurais mais pobres, pequenos proprietários e pequenos produtores rurais, e que não encontra, neste governo, nenhum tipo de proteção ou de compromisso com a efetiva melhoria dessa situação, buscando desenvolver uma política de paz no campo e buscando proteger aqueles segmentos mais vulneráveis dos trabalhadores brasileiros.
De acordo com relatório da ONG Anistia Internacional, o Brasil é o país com maior número de assassinatos de defensores dos direitos humanos. Entre janeiro e agosto deste ano, foram mortos 58 ativistas no País. Lídice enfatizou que a maioria era ligada às questões ambientais, indígenas e de defesa dos trabalhadores rurais sem terra.
Confira a íntegra do pronunciamento.
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Assessoria de imprensa, 05/12/2017