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A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado aprovou nesta terça-feira (8 de maio) projeto de autoria da senadora Lídice da Mata (PSB-BA),  que institui a Comenda Dorina Gouveia Nowill. O projeto foi relatado pela senadora Ana Rita (PT-ES), que apresentou parecer favorável à proposta. Como o projeto não é terminativo, ainda terá de passar pela análise de outras comissões.

A Comenda Dorina Gouveia Nowill é destinada a agraciar personalidades  que tenham oferecido contribuição relevante à defesa das pessoas com deficiência no Brasil sendo que, anualmente, serão agraciadas cinco personalidades.

Podem indicar candidatos à Comenda entidades governamentais e não governamentais de âmbito nacional que desenvolvam atividades  relacionadas à defesa de pessoas com deficiência; senadores e deputados federais.

A proposta da senadora Lídice da Mata homenageia Dorina de Gouvêa Nowill, paulistana nascida em 1919 que ficou cega aos 17 anos e que lutou contra todas as dificuldades da cegueira, sendo a primeira aluna regular na Escola Normal Caetano de Campos.

Especializou-se em educação para cegos na Universidade de Columbia, em New York, nos Estados Unidos e, em 1946,  criou a Fundação para o Livro do Cego no Brasil. Dois anos depois, recebeu da Kellog’s Foundation e da American Foundation for Overseas Blind uma imprensa Braille completa com maquinários, papel e outros materiais, indispensáveis às suas atividades.

De 1961 a 1973, Dorina dirigiu a Campanha Nacional de Educação de Cegos do Ministério da Educação e Cultura. Foi presidente do Conselho Mundial para o Bem Estar dos Cegos, hoje, União Mundial de Cegos, tendo recebido incontáveis prêmios e comendas nacionais e internacionais ao longo de suas mais de seis décadas de trabalho à frente da Fundação Dorina.

Falecida em 2010, aos 91 anos, esta brasileira deixou um importante legado para a garantia dos direitos humanos. Há mais de seis décadas, a Fundação Dorina tem se dedicado à inclusão social das pessoas com deficiência visual.

“Por toda a história de vida de Dorina de Gouvêa Nowill, por sua defesa incondicional dos interesses dos menos favorecidos e, também por sua trajetória de extraordinária determinação e coragem,
entendemos que o Senado Federal deva criar um instrumento que, ao mesmo tempo, homenageie Dorina e premie personalidades que, como ela, contribuem para a defesa de pessoas com deficiência em nosso País”, diz a senadora Lídice da Mata.

Em seu parecer favorável ao projeto, a senadora Ana Rita (PT-ES) destacou que “é inegável a importância do trabalho de Dorina Nowill em prol das pessoas com deficiência visual. É inegável, também, que sua história de dedicação à organização e ao desenvolvimento de ações voltadas para a melhoria das condições de vida dessas pessoas e para sua inclusão social faz dessa brasileira um exemplo de cidadã, uma incomparável batalhadora em favor dos direitos dos menos favorecidos”.

Fundação Dorina – Como organização sem fins lucrativos e de caráter filantrópico, a Fundação Dorina Nowill para Cegos já produziu mais de seis mil títulos e dois milhões de volumes impressos em Braille; 1.600 obras em áudio; e cerca de outros 900 títulos digitais acessíveis. O material é distribuído gratuitamente para pessoas com deficiência visual e para mais de 1.400 escolas, bibliotecas e organizações de todo o Brasil.

A Fundação também oferece, gratuitamente, programas de serviços especializados à pessoa com deficiência visual e sua família, nas áreas de educação especial, reabilitação, clínica de visão subnormal e empregabilidade. Mais de 17.000 pessoas já foram atendidas nos serviços de clínica de visão subnormal, reabilitação e educação especial.

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